sexta-feira, 13 de novembro de 2009

DESMATAMENTO: Governo comemora menor taxa, desde 1988

Por Luana Lourenço e Carolina Pimentel 


O Inpe divulgou nesta quinta-feira (12/11) que o desmatamento da Amazônia entre agosto de 2008 e julho de 2009 foi de 7 mil km² de floresta. É a menor taxa anual de desmate já registrada pelo Instituto, desde o início do levantamento em 1988.

O número, que superou as expectativas do governo – que previa 9 mil km² –  foi divulgado pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara. “É uma queda substancial. De longe a menor desde que o Inpe começou a observação”, afirmou durante apresentação dos dados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e governadores de estados da Amazônia.

A taxa é calculada pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que utiliza satélites para observação das áreas que sofreram desmatamento total, o chamando corte raso. O menor índice registrado até agora era o de 1991, quando os satélites identificaram 11,03 km².

Em relação ao período anterior (agosto de 2007 a julho de 2008), quando o desmatamento atingiu 12,9 km², a queda foi de 45%.

“É um momento de muita alegria constatar que o esforço da sociedade brasileira de conter o desmatamento da Amazônia chegou a um nível muito satisfatório”, afirmou Câmara.

O Inpe registrou queda em quase todos os estados da Amazônia. Em Mato Grosso e no Pará, tradicionalmente líderes dos rankings de desmatamento mensais, a queda foi de 65% e 35%, respectivamente. Em Rondônia, a queda foi de 55%.

Apesar da redução, o Pará foi o estado que mais desmatou no período, com 3.680 km², seguido por Mato Grosso, com 1.047 km² , e Maranhão, com 980 km² a menos de florestas.

De acordo com o Inpe, a margem de erro da estimativa anual de desmatamento é de 10%, ou seja, pode resultar em uma variação de 700 km² para ou mais ou para menos quando os dados forem consolidados.

Para Minc, governo vestiu a camisa

A divulgação da taxa anual de desmatamento da Amazônia, serviu de palco para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, tentar selar uma reconciliação entre os desenvolvimentistas e os defensores da preservação do meio ambiente. Segundo ele, essa divisão não existe mais entre os ministérios.

“Não tem o lado desenvolvimentista e o lado ecologista do governo, todo o governo vestiu a camisa do desenvolvimento sustentável”, disse.

Minc defendeu a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como chefe da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, em dezembro. Dilma tem participado cada vez mais de eventos sobre meio ambiente e assumido a coordenação de projetos que eram tradicionalmente da área ambiental do governo.

“Algumas pessoas falaram que a ministra Dilma estava querendo se vestir de verde agora que vai chefiar a delegação em Copenhague. Eu quero dizer que muita gente não sabe é que quando a gente chegou no governo estávamos com dificuldade com o plano de mudança do clima e com o Fundo Amazônia e a ministra Dilma se empenhou e bancou para que saíssem”, afirmou.

A inclusão de placas solares nos projetos de habitação popular no programa Minha Casa, Minha Vida também teve influência decisiva da ministra, segundo Minc.

Dilma, que foi a primeira ministra a discursar na cerimônia, defendeu a geração de alternativas econômicas ao desmatamento na Amazônia e disse que vai apresentar em Copenhague os números que indicam queda do desmate e os resultados de ações de regularização fundiária da Amazônia.

Carlos Minc também contemporizou divergências que teve com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, e com o ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

“O Reinhold, quem diria, pediu para que eu desse hoje aqui o recado de que a agricultura está do lado do desenvolvimento sustentável.”

Em relação a Maggi e a outros governadores da Amazônia, Minc disse que o governo federal está fazendo uma “parceria bonita” para conter o desmatamento na região.

O ministro adiantou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode definir nesta sexta-feira (13/11) os números da proposta de redução de emissões de gases de efeito estufa que o Brasil levará para a reunião em Copenhague.

Fonte: Envolverde/Agência Brasil

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