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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sul da Ásia é a região mais vulnerável a mudanças climáticas, revela estudo

PARIS, França — O sul da Ásia é a região do mundo mais vulnerável às mudanças no clima, com sua crescente população superexposta a inundações, secas, tempestades e elevação do nível do mar, segundo uma consulta feita com 170 países, publicada esta quarta-feira.

Dos 16 países listados como em risco "extremo" devido às mudanças climáticas nos próximos 30 anos, cinco são do sul da Ásia, com Bangladesh e Índia no primeiro e segundo lugares, Nepal em quarto, Afeganistão em oitavo e Paquistão em 16º. O Brasil (81º), a China (49º) e o Japão (86º) estão na categoria de "alto risco".

O Índice de Vulnerabilidade pelas Mudanças Climáticas, compilado pela britânica Maplecroft, uma empresa global de aconselhamento de riscos, pretende ser um guia para o investimento estratégico e a adoção de políticas.

O barômetro é baseado em 42 fatores sociais, econômicos e ambientais, inclusive a capacidade de resposta do governo, de forma a avaliar o risco para a população, os ecossistemas e os negócios em função das mudanças climáticas.

O Sul da Ásia é especialmente vulnerável por causa de mudanças em padrões climáticos que resultam em desastres naturais, inundações no Paquistão e Bangladesh, este ano, e afetou mais de 20 milhões de pessoas, disse Maplecroft.

"Há evidências crescentes de que as mudanças climáticas aumentam a intensidade e a frequência de eventos climáticos", disse a analista ambiental da empresa, Anna Moss.

"Mudanças muito pequenas de temperatura podem ter impactos maiores no ambiente humano, incluindo mudanças na disponibilidade hídrica e na produtividade agrícola, a perda de terra por causa da elevação do nível do mar, bem como a disseminação de doenças", acrescentou.

Bangladesh aparece na primeira posição devido a uma dupla má sorte. O país tem o mais alto risco de seca e o maior risco de fome. Também luta contra a pobreza extrema, a alta dependência na agricultura - o setor econômico mais afetado pela mudança climática - e um governo que é o menos capaz de responder aos impactos climáticos.

Quanto à Índia, "quase todo (o país) tem um alto nível ou nível extremo de sensibilidade às mudanças climáticas, devido à severa pressão populacional e ao consequente abuso de recursos naturais", reforçou a Maplecroft.

"A isto se soma um alto nível de pobreza, baixa qualidade da saúde em geral e dependência agrícola de grande parte da população", acrescentou.

Entre os países da categoria de "médio risco" estão a Rússia (117º), os Estados Unidos (129º), a Alemanha (131º), a França (133º) e a Grã-Bretanha (138º).

A Noruega lidera o pequeno grupo de 11 países considerados em baixo risco, dominado pelos escandinavos e pelos holandeses, que têm trabalhado para defender seu território, abaixo do nível do mar, da elevação das águas dos mares.

A Maplecroft já tinha publicado em 2009 um índice de vulnerabilidade às mudanças climáticas, situando 28 países entre aqueles que correm "risco extremo", liderado por Somália, Haiti, Serra Leoa e Burundi.

No entanto, os índices de 2009 e 2010 não são comparáveis, afirmou Fiona Place, da Maplecroft.

O novo índice, amplamente reconfigurado, usou três "subíndices" que se focam especialmente na habilidade de um país em responder ao estresse climático.

"As vulnerabilidades mais sérias à mudança climática foram encontradas no grupo de países em desenvolvimento com sistemas socioeconômicos mal equipados para responder a desafios como a segurança alimentar e hídrica, além de sofrerem com economias instáveis e instituições fracas", ressaltou Place em um e-mail enviado à AFP.

"Este é o caso de um grande número de países, estando o sul da Ásia e a África no centro das preocupações", concluiu.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

As mudanças climáticas têm relação com a seca da Amazônia?

A Amazônia está vivendo uma das piores secas da história. A ausência de chuvas acaba com as estradas fluviais que abastecem centenas de cidades. Isolados, os ribeirinhos precisam caminhar quilômetros para conseguir água limpa e alimentos. As empresas que dependem dos rios também estão prejudicadas. O baixo nível do Madeira, no Amazonas, afetou o transporte da soja produzida no Centro-Oeste e escoada para o terminal de exportação da Cargill, em Santarém, Pará.

À primeira vista, o impulso é associar a seca às mudanças do clima. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já alertava, em 2007, que o salto da temperatura da Terra tende a aumentar a frequência dos eventos extremos, como estiagens prolongadas e enchentes severas. A última grande seca na região amazônica foi há cinco anos. A pior dos últimos 40 anos até então (a de 2010 pode lhe roubar este posto). A julgar pelo espaço reduzido de tempo entre um e outro evento, tudo indica que o clima tem alguma parcela de culpa.

Não é o que dizem os cientistas. Segundo eles, é preciso um período de 30 anos de eventos extremos para avaliar se há, de fato, alguma relação com o aquecimento do planeta. O problema é que, até lá, muita gente terá sofrido duramente as consequencias dessas alterações. As mudanças de temperatura estão entre as maiores ameaças à saúde mundial. A previsão é que, a partir de 2030, devem provocar até 500 mil mortes por ano. A maioria das mortes deve ocorrer em países em desenvolvimento. Em Bangladesh, cheias são fontes potenciais de transmissão de doenças hídricas.

Em nome da precisão científica, os pesquisadores do clima tendem a ser conservadores. Eles têm suas razões. A primeira delas é que não dá para deixar a população em pânico sem ter um grau mínimo de certeza do que publicam. A responsabilidade é grande. A segunda é que eles temem cometer erros como os que colocaram em xeque a credibilidade do IPCC. “O cientista sério é honesto e cauteloso”, diz o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Nobre compara a situação a um julgamento. Levando adiante a analogia, incorpora a posição de perito. Ele afirma que, se a tendência continuar, os cientistas colocarão o aquecimento global no banco das testemunhas. Enquanto suspeito, será inquirido e analisado. Se os fenômenos se repetirem por mais tempo, o cenário muda um pouco. “Aí sim o aquecimento passaria para o banco dos réus”, diz. Segundo Nobre, nenhum evento isoladamente pode ser atribuído às mudanças climáticas. A não ser que seja inédito. Claramente, não é o caso desta seca.

Por Aline Ribeiro - Blog do Planeta - Época

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Clima - ceticismo perde mais espaço

Ficou muito mais difícil para os chamados "céticos das mudanças climáticas" continuarem a negar que elas se têm intensificado em consequência do aumento da temperatura na Terra, com forte contribuição das ações humanas para o processo. Um Comitê de Revisão dos Procedimentos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, órgão científico da Convenção do Clima), liderado pelo InterAcademy Council (o IAC, que reúne sociedades acadêmicas de vários países), concluiu que o processo dirigido pelo IPCC precisa aperfeiçoar seus procedimentos. Mas que, no todo, "serviu bem à sociedade".

"O engajamento de muitos milhares dos mais destacados cientistas e outros pesquisadores no mundo no processo e na comunicação sobre a compreensão das mudanças climáticas, seus impactos e a possível estratégia de adaptação e mitigação é uma conquista considerável em si mesma", diz o parecer do IAC. "Da mesma forma, o compromisso dos governos para o processo e sua aceitação dos resultados são uma indicação clara do êxito. Através de uma parceria maior entre cientistas e governos, o IPCC ampliou a consciência do público sobre mudanças climáticas, elevou o nível do debate científico e influenciou a agenda científica de muitas nações."

O IAC critica alguns pontos da atuação do IPCC, principalmente a conclusão precipitada de que as geleiras do Himalaia se derreteriam até 2035. E entende que o painel precisa modernizar sua estrutura, trabalhar mais a complexidade de certos fenômenos, ter "mais transparência em seus procedimentos", instituir um comitê executivo, limitar a um mandato os poderes dos seus executivos. De modo geral, entretanto, reconhece o valor dos quatro relatórios do IPCC.

Os "céticos" enfrentam também, no mesmo momento, uma mudança radical de postura de Bjorn Lomborg, autor do livro O Ambientalista Cético, que tanto furor causou há poucos anos. Surpreendentemente, ele declara agora que vai começar a enfrentar o problema das mudanças climáticas - em lugar de negá-las. Junto com oito economistas, ele passa a liderar um movimento que sugere forte investimento em energias alternativas, principalmente solar, eólica e de marés. Embora achem que lobistas de empresas investidoras nessas energias "exageraram as mudanças climáticas", esses analistas sugerem agora um investimento de US$ 100 bilhões nesse campo. Coincidência ou não, nesses mesmos dias o jornal britânico Sunday Telegraph publicou um pedido de desculpas ao presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, a quem acusara de ter "conflitos de interesse", receber pagamentos de empresas interessadas na área de energias. Após auditoria da KGPM nas contas pessoais de Pachauri, o jornal afirmou que "não há nenhuma evidência de benefícios pessoais com as funções de consultor".

Na direção contrária à dos "céticos", o Instituto de Meio Ambiente da Suécia e o cientista Sivan Kartha publicaram trabalho de análise das intenções manifestadas na Convenção do Clima, em Copenhague, pelos países emissores. Segundo o parecer, se se concretizarem apenas as ações propostas ali pelos países emissores, até o fim do século a temperatura planetária se elevará em 3,5 graus Celsius, com "efeitos desastrosos para a produção agrícola, a disponibilidade de água e os ecossistemas em geral", além de elevação do nível do mar e possível desaparecimento de ilhas no Pacífico (O Globo, 31/8). Esse relatório foi reforçado por outro, da Administração Nacional dos Oceanos e Atmosfera, dos Estados Unidos, segundo o qual sete dos dez indicadores de aquecimento global "estão em ascensão".

Nada disso, entretanto, significa que se terá nestes próximos tempos mudança importante nos rumos dessa grave questão. As lógicas financeiras, que influenciam países e empresas, continuam a comandar o processo. De 4 a 9 de outubro, em Tianjin, na China, será realizada mais uma reunião preparatória da assembleia-geral da Convenção do Clima, prevista para novembro em Cancún, no México. Mas não se espera que aconteça em Tianjin nenhum milagre. Nem mesmo em Cancún. O próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, tem reiterado que não se prevê nenhum acordo importante para Cancún - no máximo, a definição de um "roteiro" para a discussão seguinte, na África do Sul, em 2011. Talvez se defina - na linha do relatório do IAC - que não seja renovado em outubro o mandato de Rajendra Pachauri, que pretendia ficar mais quatro anos no posto.

O governo brasileiro, que não contesta os relatórios do IPCC, anunciou na semana passada que já tem R$ 200 milhões para combater efeitos de mudanças climáticas, com projetos de pesquisas e ações específicas, que serão prioritárias no semiárido nordestino. Ali, como mostrou a recente Conferência sobre Desertificação, os problemas não cessam de avançar, com a contribuição do clima.

É importante, mas é pouco. Os eventos extremos entre nós têm-se intensificado - basta lembrar enchentes e desabamentos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, inundações em São Paulo, eventos terríveis no Nordeste, elevação inédita de temperaturas no Centro do País , com nível inacreditável de queimadas, notícias de avanço do nível do mar e destruição de ocupações no litoral.

As informações são a cada dia mais contundentes, o ceticismo perde espaço. É preciso avançar rapidamente com políticas públicas. Só que nos faltam instrumentos eficazes. Ainda no começo desta semana, como lembrou este jornal (5/6), "os remédios para mudanças de microclimas são muito complexos". E a situação de emergência, de extrema secura do ar na capital no mês de agosto, não pôde ser enfrentada com eficácia, porque "envolve toda a parte de ocupação do solo e também uma política de mobilidade. E São Paulo não tem um Plano B" (6/9). É grave.

Fonte: Por Washington Novaes - Jornal O Estado de S.Paulo

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

2010: O ano das mudanças climáticas

Nos próximos meses, os cientistas do clima vão trabalhar intensamente para provar se há ou não ligação entre os eventos climáticos extremos deste ano. Nas últimas semanas, a Rússia sofre com centenas de focos de incêndio, por causa das maiores temperaturas desde que começaram as medições, em 1880. Se no inverno o frio chegou a -26ºC, este verão tem alcançado os 39ºC. Enquanto isso, o Paquistão tem um quarto do seu território alagado.

As monções, fortes chuvas características dessa época, foram reforçadas por uma zona de baixa pressão, que fez das precipitações as piores desde 1929 e deixaram seis milhões de desabrigados. Na China, deslizamentos de terra mataram mais de mil pessoas.

Embora alguns possam julgar que é cedo para afirmar que os eventos estão diretamente conectados, o fato de terem se seguido a outros neste ano tem feito muitos cientistas deixarem a cautela de lado para culpar diretamente o aquecimento do planeta. “Eventos extremos vêm ocorrendo com maior frequência e, em muitos casos, com maior intensidade”, disse Jay Lawrimore, do Centro Nacional de Dados Climáticos de Asheville (EUA) ao jornal “The New York Times”.

Quanto ao calor e à chuva, é possível que eles tenham sido causados por uma corrente de ar que circula em grandes altitudes. A ligação entre alta temperatura e precipitação é simples de entender: quanto mais calor, mais água é evaporada. Estudos indicam que, para cada grau de aquecimento, mais 7% de água fica disponível para as massas de ar que geram as chuvas.

Este é o ano mais quente em mais de um século, numa década recheada de eventos extremos. Em 2003, 70 mil pessoas morreram na Europa por causa do calor. Dois anos depois, Nova Orleans, nos EUA, foi devastada por um furacão. Em 2007, queimadas na Grécia quase destruíram a cidade histórica de Olímpia. Ainda naquele ano, a chamada Passagem Noroeste, no Ártico, ficou sem gelo pela primeira vez na história. No ano passado, incêndios na Austrália mataram centenas de pessoas. No Brasil, na virada do ano e em abril, chuvas causaram deslizamentos no Rio de Janeiro e destruíram cidades do Nordeste.

Na semana passada, o tempo seco causou queimadas em diversos Estados. As mudanças climáticas fizeram com que a estação seca, que durava de julho a setembro, tenha se estendido até outubro. “O que vemos agora é consequência de um aquecimento de apenas 0,8ºC”, escreveu no jornal britânico “The Guardian” Stefan Rahmstorf, coautor do livro “The Climate Crisis” (sem tradução no Brasil). “Se nada for feito, até o fim do século os termômetros subirão até 7ºC.” Que os últimos eventos sirvam de alerta.

Fonte: ISTOÉ Independente
Autor: André Julião

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Catástrofes naturais na Eurásia sustentam alertas sobre mudanças climáticas

PARIS, Rússia — As catástrofes naturais observadas nos últimos dias em todo o mundo - secas prolongadas, inundações e forte calor - parecem confirmar as perspectivas sombrias dos cientistas sobre os efeitos das mudanças climáticas.

Enquanto Moscou está asfixiada pela forte onda de calor e pelos incêndios, que inclusive ameaçam arrasar instalações nucleares do país, o Paquistão soma 15 milhões de afetados por inundações sem precedentes, e Índia, China e Europa Central lutam também contra os efeitos das chuvas torrenciais, que deixaram centenas de vítimas fatais.

Os climatologistas consultados esta segunda-feira pela AFP se negaram a vincular diretamente as catástrofes que castigam os países citados, mas todos as consideraram "coerentes" com os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) dos últimos vinte anos.

"São acontecimentos que devem se repetir ou intensificar em um clima perturbado pela contaminação de gases de efeito estufa", explicou Jean-Pascal Van Ypersele, vice-presidente do IPCC.

"Não se pode jurar 100% que nada disto teria acontecido há 200 anos, mas a suspeita está aí", acrescentou.

"Os eventos extremos são uma das formas com que as mudanças climáticas se fazem dramaticamente perceptíveis", destacou.

Segundo a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), o planeta nunca foi tão quente quanto no primeiro semestre de 2010. Segundo o IPCC, em um clima cada vez mais quente, as secas e as ondas de calor como a observada na Rússia e em 18 dos Estados norte-americanos serão mais intensas e mais prolongadas.

"Seja em frequência ou intensidade, praticamente a cada ano são batidos níveis recorde e inclusive várias vezes em uma semana. Na Rússia, no começo de agosto, foi batido o recorde absoluto (de temperatura), observado em Moscou, desde o início dos registros há 130 anos (38,2°C). No Paquistão, as inundações nunca tiveram tamanha amplitude geográfica", destacou Omar Baddour, encarregado do acompanhamento do clima mundial na Organização Meteorológica Mundial (OMM).

"Nos dois casos, nos deparamos com uma situação sem precedentes", constatou. "A sucessão de extremos e a aceleração dos recordes são conformes às projeções do IPCC. Mas será preciso observar estes extremos ao longo de vários anos para tirar conclusões sobre o clima", argumentou.

Mais ainda quando as inundações no Paquistão podem ser atribuídas ao fenômeno La Niña, que ao contrário do El Niño, se caracteriza pelo resfriamento da temperatura na superfície do Pacífico central.

"Via de regra, o El Niño provoca uma seca no subcontinente indiano e no Sahel. Com La Niña, é o contrário", destacou Omar Baddour.

Para o climatologista inglês Andrew Watson, o calor de 2010 está ligado ao El Niño do ano passado.

"Sabemos que depois do El Niño, segue-se um ano particularmente quente, e sendo assim é o que acontece este ano", observou.

Os acontecimentos observados neste verão boreal são "totalmente coerentes com os informes do IPCC e com o que 99% dos cientistas acreditam que ocorrerá", resumiu o professor Watson, pesquisador da Royal Society e professor do departamento de Meio Ambiente da Universidade de East Anglia, na Inglaterra.

O professor Watson procura, no entanto, ser prudente: "estou quase certo de que o aumento na frequência deste tipo de verão há 20 ou 30 anos está ligado às mudanças climáticas. Mas a gente não se pode basear em apenas um acontecimento ou em um só verão" porque "as mudanças climáticas se medem na média de uma década".

Fonte: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5iXdNFO5Poofs7OC1MZwrzqWH5YDg