domingo, 5 de outubro de 2008

ONG teme que crise econômica abale metas de corte de CO2

Preocupações com a desaceleração do crescimento econômico e a crise bancária nos Estados Unidos não deveriam enfraquecer a determinação da União Européia (UE) em cortar suas emissões de gases causadores do efeito estufa, disse o Fundo Mundial ad Natureza (WWF).

Na próxima terça-feira (7) ao comitê de meio ambiente do Parlamento Europeu votará regras para a definição de metas nacionais para a redução das emissões de CO2. Os parlamentares também votarão leis para ampliar o sistema conjugado de limites de emissões e comércio de cotas de carbono, e para encorajar uma controversa tecnologia para captura e estocagem de CO2 gerado em usinas de eletricidade.

A conselheira do WWF Delia Villagrasa pediu que os legisladores da UE olhem para além dos "eventos econômicos do curto prazo" e considerem os custos de longo prazo de não agir contra o aquecimento global.

Ela disse que a crise econômica global "está sendo usada pela indústria como desculpa para não tomar medidas contra a mudança climática".

O WWF disse que a aprovação das propostas da UE sobre mudança climática seriam "a maior concessão possível", já que as medidas poderão ser diluídas mais tarde.

"O fracasso da 'superterça' será o fracasso da política climática européia", diz a ONG, em nota.

A UE quer apertar as regras do sistema de limites de emissão e comércio de cotas de carbono, que poderá impor taxas de até US$ 69 bilhões ao ano a grandes poluidores, como termoelétricas a carvão, siderúrgicas e produtores de cimento.

Essas companhias teriam de comprar autorizações para emitir dióxido de carbono - e poderiam vender as que não usassem. Empresários dizem que os novos custos poderão expulsar as empresas da Europa. Segundo o órgão executivo da UE, cortar as emissões de CO2 em 20% até 2020 custará a cada família da Europa US$ 4,17 por semana.

(Fonte: Estadão Online)

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