Não é preciso se esforçar muito para encontrar em casa um produto que tenha sido fabricado no leste asiático. Basta ver algumas etiquetas e logo você irá se deparar com um “Made in China”. Agora, estas nações querem deixar a sua marca em um commodity quem vem se mostrando bastante promissor: o crédito de carbono.
Os bons números deste mercado têm chamado a atenção dos centros financeiros asiáticos, que estão atentos a novos negócios. Hong Kong, Tóquio, Cingapura, Bombaim, Xangai e Pequim são algumas das cidades que já pensam em abrir bolsas de créditos de carbono.
De acordo com a Point Carbon, se os Estados Unidos criarem algum esquema de metas e comércio, o mercado global de carbono poderá valer US$3 trilhões em 2020.
Especialistas projetam um crescimento de 8,6% nos países em desenvolvimento deste continente, com a China na liderança. "A China está crescendo com um apetite voraz por recursos e o comércio entre os países do leste asiático cresceu quase 55%, enquanto na União Européia se mantém constante e o Nafta cai", explica o professor de políticas públicas da Escola UCLA, dos Estados Unidos, Kenichi Ohmae.
Com exceção do Japão, que tem metas de redução de gases do efeito estufa (GEE) a cumprir, a Ásia tem desempenhado um papel de fornecedor de reduções certificadas de emissões (RCEs) vindos de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto pelo Protocolo de Quioto.
A China sozinha responde por 52% do fornecimento global de RCEs, seguido pela Índia, com 14% e o Brasil, com quase 9%. China, Índia, Malásia, Tailândia e Coréia do Sul juntas geram quase 75% do total de RCEs anuais de projetos registrados nas Nações Unidas.
A Ásia não possui nenhuma plataforma real para transações. A maioria dos créditos é comprada por empresas européias e governos, que precisam atingir as metas de redução de Quioto, através de brokers, acordos bilaterais ou negociações pessoais.
Cada país, uma estratégia diferente
A Bolsa de Valores de Hong Kong desenvolve um estudo sobre a melhor maneira de se posicionar no mercado de carbono. As autoridades chinesas, por sua vez, trabalham em plataformas próprias.
A Bolsa de commodities da Índia – que já fez uma aliança estratégica com a Bolsa do Clima de Chicago (CCX) – lançou o comércio de contratos futuros de créditos de carbono em janeiro deste ano.
Estes créditos a futuro são contratos derivativos ou padrão que permitem aos compradores e vendedores entrar em um acordo legal obrigatório para comprar ou vender créditos de carbono a um certo preço para ser entregue em uma determinada data no futuro. Contratos futuros protegem as partes contratantes contra riscos de preços.
A Bolsa de Valores da Coréia do Sul prevê o lançamento de um setor de comércio de carbono ainda neste ano. A Singapura planeja se tornar um imã deste tipo de negociações e está oferecendo benefícios fiscais para atrair empresas que as transacionam.
Apesar de a maioria dos participantes de mercado não se mostrar muito disposto a revelar os planos, fontes do mercado apontam uma variedade de opções de negócios. “Comércio de RCEs, Reduções Voluntárias de Emissões (RVEs) e derivativos são as possibilidades mais óbvias”, disse o gerente de serviços de sustentabilidade da KPMG, Rahul Kar, sediada na Singapura.
Derivativos são instrumentos financeiros complexos baseados no valor de bens subjacentes, que neste caso são créditos de carbono.
Leia também: Ásia quer se transformar em pólo de negociações de carbono (http://www.envolverde.com.br/?materia=50386">http://www.envolverde.com.br/?materia=50386)
(Envolverde/Carbono Brasil)
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