quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Japão iniciará teste de mercado de carbono em outubro

O Japão, sob pressão para estabelecer outros incentivos além de gastos do governo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE), aprovou para outubro o início dos testes para o comércio de dióxido de carbono (CO2), principal gás causador do efeito estufa.

“Em setembro estabeleceremos as regras sobre como participar e, em outubro, gostaríamos de iniciar”, disse na terça-feira o diretor do secretariado do gabinete, Hiroshi Kamagata.

O acordo de terça-feira deu seguimento a um anuncio feito pelo primeiro-ministro Yasuo Fukuda no mês passado que o Japão introduziria um preço sobre o carbono para auxiliar o quinto maior poluidor mundial a alcançar uma sociedade com baixas emissões de carbono (chamada de low carbon).

Fukuda tinha anunciado o início do esquema para o outono.

“O Japão deve assumir a liderança na construção de uma sociedade low carbon. Este é o primeiro passo concreto para isto”, disse Fukuda durante o encontro dos membros do gabinete.

O esquema teste do Japão corre o risco de atrair pouco apoio doméstico. Grandes fabricantes de aço e outros significantes emissores argumentam que se aproximar do modelo do tipo ‘cap and trade’ (limite e comércio de emissões) europeu limitaria seu crescimento.

Mas a introdução de tal esquema pode atrair bancos e outras grandes instituições internacionais para negociar permissões de emissão, segundo analistas.

O plano revelado na terça não possuía detalhes elementares, como quanto custaria o esquema e como os custos seriam divididos entre os setores do governo, corporativo e residencial.

Os planos também não detalharam as metas de emissões a médio prazo do país. A meta japonesa a longo prazo é de reduzir as emissões entre 60% e 80% com base nos níveis atuais até 2050.

“O orçamento do próximo ano fiscal deve ser discutido mais tarde, primeiramente pelos devidos ministérios. Ainda não fizemos os cálculos”, disse Kamagata aos repórteres.

Até o momento, o Japão incentivava as indústrias a reduzir voluntariamente as emissões e tem se esquivado de anunciar uma meta a médio prazo, alegando que esta é uma questão essencial a ser tratada pelas negociações da ONU até dezembro de 2009 em Copenhague.

O país esta sob pressão para alcançar as metas do Protocolo de Quioto, que para o país é de reduzir as emissões em 6% com base nos níveis de 1990 até 2012.

Tóquio anunciou que gastará 30 bilhões de dólares provenientes dos impostos nos próximos cinco anos para apoiar a inovação tecnológica e reduzir drasticamente as emissões a longo prazo.

“Para alcançar a liderança nas próximas negociações multilaterais sobre mudanças climáticas, o Japão ira cumprir suas obrigações sob Quioto”, disse Fukuda durante uma reunião de gabinete, segundo Kamagata.


* Da Reuters Carbon Community. Traduzido por Fernanda B. Muller, do Carbono Brasil (Envolverde/Carbono Brasil)

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