quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Combate ao aquecimento global avançou muito em 15 anos, avalia secretário

O secretário executivo da Comissão Interministerial de Mudança Global no Clima, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, José Miguez, avaliou como positivos os avanços realizados no mundo para enfrentar a ameaça do aquecimento global desde a realização desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92 (ou Eco-92).

“Eu acredito que nós avançamos muito em 15 anos”, comentou. “O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) tem hoje no mundo 2.400 projetos sendo desenvolvidos, com uma redução esperada de 3,8 bilhões de toneladas de gás carbônico. Basicamente, na China, Índia e Brasil, que somam 80% dessa redução. As regras do Protocolo de Kyoto permitem que se faça o atendimento das metas ao menor custo, então a Europa estabeleceu o comércio de emissões (de carbono) europeu, que está fazendo uma revolução em termos das empresas se preocuparem com suas emissões. Estamos no caminho certo e avançando muito rapidamente nas reduções."

De acordo com Miguez, os países em desenvolvimento têm parcela muito pequena no aquecimento global, pois começaram seu processo de industrialização somente na década de 50. Segundo ele, no caso brasileiro, a participação do país na emissão mundial de gases não ultrapassa 2%.

Para o secretário, não é necessário frear o crescimento dos países em desenvolvimento para combater o aquecimento global. “Ao contrário, há necessidade de apoio para que eles sejam incentivados a fazer mais. E o MDL é um exemplo de incentivos positivos”, avaliou.

Miguez citou o caso brasileiro da geração de energia elétrica a partir de bagaço de cana, cuja idéia existia desde a década de 70, mas nunca tinha sido viabilizada. “Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em um ano você implementou mais de 1,2 megawatt de geração a bagaço” disse ele.

O Protocolo de Kyoto é acordo internacional assinado por 175 países, que estabelece metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos países industrializados e garantir um modelo sustentável de desenvolvimento aos países que ainda estão em fase de industrialização.

O MDL é um mecanismo de compensação incluído no protocolo, a partir de uma proposta brasileira. Ele permite que empresas de países desenvolvidos financiem projetos para geração de energia limpa (sem liberação de carbono) em países em desenvolvimento e assim compensem suas emissões para atingir as metas assumidas no protocolo. (Agência Brasil)

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