Sobre boa parte do território brasileiro, até 100% do aumento nas chuvas pode ter sido causado pela poluição
Verde indica aumento de chuva; amarelo, redução; cinza, pequeno aumento; branco, falta de dados
SÃO PAULO - Uma equipe internacional de cientistas afirma ter encontrado evidências de que a atividade humana alterou o padrão de chuvas na Terra ao longo do século 20. O trabalho que descreve as descobertas será publicado na edição desta semana da revista científica Nature.
Entre as alterações detectadas pelos pesquisadores, são citados uma elevação na precipitação de chuva e neve no norte do planeta, e o surgimento de condições mais secas nos trópicos no Hemisfério Norte, e mais chuva nas regiões tropicais do Hemisfério Sul.
O estudo comparou as chuvas observadas ao longo do século com os resultados de simulações de computador. O trabalho se valeu de 14 diferentes cenários simulados, envolvendo concentrações de gás carbônico na atmosfera e de partículas de enxofre em suspensão no ar. Tanto o CO2 quanto o enxofre são produzidos, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis.
Segundo as simulações, cerca de dois terços do aumento nas chuvas nos EUA, Canadá e Europa poderiam ser atribuídos à atividade humana.
Na faixa do Equador e até os 30º de latitude Sul – que inclui boa parte do Brasil, até a Região Sudeste – até 100% do aumento no volume de chuvas poderia ser atribuído à poluição gerada pelo homem, segundo o trabalho, patrocinado por um organismo do governo canadense.
O estudo diz ainda que fatores naturais, como vulcões, também tiveram impacto sobre as chuvas, “mas num grau muito menor que a atividade humana”.
Estadão online
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