Entre 88% e 100% da redução exigida poderia acontecer fora do bloco, diz organização
A organização ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF) alertou nesta quarta-feira, 13, para os riscos da fórmula escolhida por nove membros da União Européia de cortar as emissões de CO2 entre 2008 e 2012, e que, na sua análise, podem pôr em perigo as metas fixadas pelo bloco.
A WWF publicou nesta quarta um relatório que analisa os planos da Espanha, Alemanha, Reino Unido, Polônia, Irlanda, França, Holanda, Portugal e Itália para reduzir as emissões de CO2 entre 2008 e 2012, quando começará a segunda fase do sistema europeu de comércio de emissões.
Segundo a organização, de 88% a 100% da redução das emissões exigidas dos nove países "poderia teoricamente acontecer fora da UE". Os Estados teriam a opção de comprar direitos de emissão através de iniciativas de melhora ambiental em países em vias de desenvolvimento.
A possibilidade está prevista nos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto.
O relatório alerta que recorrer de forma exagerada ao sistema "pode trazer graves conseqüências para as decisões de investimentos" da indústria.
"A importação de créditos pode baratear para a indústria da UE a redução das emissões", mas o acesso fácil a um grande volume de créditos, "poderá diminuir o incentivo no investimento em tecnologias limpas e desacelerar a inovação", alerta a organização.
O Fundo questiona além disso a validade de alguns dos projetos. Por isso, pede aos países que não dêem um passo atrás na segunda fase do sistema de comércio de emissões.
Reunião do G8
Na última quinta-feira, durante o segundo dia da reunião com líderes do G8, o grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia, os líderes mundiais concordaram em implementar cortes "substanciais" na emissão de gases que provocam o efeito estufa.
O anúncio foi feito pela anfitriã do encontro, a chanceler alemã, Angela Merkel. De acordo com ela, as emissões de CO2 deveriam ser interrompidas imediatamente, o que deveria ser seguido por reduções substanciais.
Porém, na prática, o acordo não definiu de quanto será esta redução e quando esta meta será implementada. A proposta apresentada por Merkel foi de um corte de 50% nas emissões até 2050.
Merkel disse que os países do G-8 concordaram em "considerar" esta meta, mas não se comprometeram efetivamente com reduções e datas específicas. "Preparamos o caminho para que, na reunião em Bali, os ministros do Meio Ambiente possam começar a negociar", disse Merkel.
A chanceler já defendia que os países do G-8 assumissem o compromisso de limitar a dois graus Celsius o aumento da temperatura global até 2050, o que implicaria reduzir à metade as emissões dos gases que causam o efeito estufa em relação aos níveis de 1990.
O Estadão on line
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