sexta-feira, 11 de maio de 2007

ONU diz que tempo para pacto pós-Kyoto está acabando

O mundo depara-se com uma "janela de oportunidade cada vez menor" para acertar um pacto de combate ao aquecimento global que possa vigorar para além de 2012, afirmou na quinta-feira, 10, a principal autoridade da ONU para a área do clima.

Yvo de Boer também disse que os relatórios de especialistas, alertando para o perigo do aquecimento provocar secas, enchentes e a elevação do nível dos oceanos deveriam receber destaque nas próximas negociações entre ministros do Meio Ambiente, marcadas para acontecer em Bali (Indonésia), em dezembro.

"Temos uma janela de oportunidade que está se fechando, quando pensamos em ter um mecanismo em funcionamento para depois de 2012", afirmou de Boer.

Ele participa das negociações entre 166 países, que ocorrem do dia 7 ao dia 18 de maio, em Bonn, e que discutem as estratégias para enfrentar o problema climático.

"Bali representa uma oportunidade de lançarmos um processo desse tipo. Se isso acontecerá e exatamente que formato terá esse lançamento, são coisas difíceis de prever", afirmou de Boer.

Muitos delegados presentes em Bonn dizem estar, hoje, mais pessimistas sobre a possibilidade de dar início a negociações formais em Bali, negociações essas que durariam dois anos.

Na última reunião ministerial, ocorrida em Nairóbi, em novembro, muitos delegados haviam dito acreditar no lançamento das negociações em Bali.

Autoridades reunidas em Bonn tentam descobrir uma forma de ampliar e prorrogar o Protocolo de Kyoto (que limita as emissões de gases do efeito estufa) a fim de incluir países que não assumiram metas de corte nas emissões como os EUA, a China e a Índia.

O tempo está se esgotando porque diplomatas acreditam que levará dois anos para negociar um sucessor de Kyoto e, depois, mais dois anos para os governos nacionais ratificarem esse novo acordo.

Alguns delegados afirmam que uma nova rodada de negociações só seria possível após o atual presidente norte-americano, George W. Bush, deixar o cargo, em 2009. Bush é contrário às metas compulsórias de corte nas emissões.
(Reuters/ Estadão Online)

Nenhum comentário: