terça-feira, 8 de maio de 2007

Corais das Ilhas Cayman estão morrendo, dizem cientistas

Para locais movidos pela indústria de turismo com base nos corais, como as Ilhas Cayman, o custo de ignorar a mudança climática pode ser mais alto do que o de combatê-la.

O sistema de corais da ilha caribenha, que está entre os 10 melhores pontos de mergulho do mundo, perdeu 50 por cento de seus corais nos últimos 10 anos, apesar das fortes leis ambientais, dizem cientistas.

- Estamos em um momento muito crítico da história dos recifes de corais -, disse Carrie Manfrino, presidente do Instituto Marítimo do Caribe Central da Pequena Cayman.

- É como trabalhar com um paciente. A qualidade do tratamento determinará sua sobrevivência. Podemos potencialmente ver o fim dos recifes de corais duros em nossa vida.'

A indústria de turismo das ilhas Cayman, que representa cerca de metade do Produto Interno Bruto do local, foi lançada em 1957, quando o Bob Soto, pioneiro da indústria do mergulho abriu a primeira operadora desta atividade no Caribe.

Cinquenta anos depois, cerca de 2 milhões de visitantes chegam ao local por ano, e a maioria faz mergulhos em locais famosos como North Wall, ou Stingray City.

A atividade transformou o pacato território de 8.500 pessoas, que dependia da pesca, em um destino de turismo luxuoso e centro bancário sofisticado, onde as 52.000 pessoas têm a maior renda per capita da região.

Um grupo da Organização das Nações Unidas o 'Painel Intergovernamental de Mudança Climática' advertiu que o mundo precisa cortar as emissões de gases causadores do efeito estufa para evitar elevação das temperaturas, que pode aumentar os níveis do mar e inundar ilhas, além de matar os corais, sensíveis à temperatura.

O IPCC disse em relatório na sexta-feira que a manutenção do aumento das temperaturas na faixa de 2 graus centígrados custará apenas 0,12 por cento do PIB mundial.

Para os moradores de Cayman, que dependem do turismo, será um pequeno investimento, se for suficiente para salvar os corais.

O aquecimento global está esquentando a água do mar, que provoca o embranquecimento dos corais, doença que está matando estes sistemas no mundo inteiro.

Outra ameaça nas Caymans vem dos navios de cruzeiro, que danificaram grandes áreas de corais vivos com suas âncoras e correntes, disse Gina Ebanks-Petrie, diretora do Departamento de Ambiente das Ilhas Cayman.

Os navios são parte importante e crescente da indústria de turismo. Trinta e seis por cento da arrecadação com turismo vem dos 1,7 milhão de passageiros de cruzeiros que visitam o local anualmente, e mais navios estão incluindo as ilhas em seus roteiros.

Mesmo com queda de 50 por cento nos corais duros, os recifes de Cayman ainda são considerados um dos mais saudáveis do Atlântico. Cientistas dizem que as ilhas estão isoladas geograficamente pelas águas de 1.830 metros de profundidade ao seu redor, o que minimiza o impacto da poluição de outros países.

A Lei de Conservação Marítima, aprovada em 1986, estabeleceu o parque marítimo e foi importante na preservação dos corais de Cayman. Mas Ebanks-Petrie disse que o sistema tem encontrado dificuldade para adaptar-se às rápidas mudanças das condições ambientais.

A indústria de mergulho está preocupada, pois sem corais, as Ilhas Cayman não terão nada diferente para oferecer aos turistas do que o restante do Caribe.

- Se os corais morreram, as algas sumirão, e os peixes tropicais irão embora. Então não sobrará nada para ver-, disse Nancy Easterbrook, da empresa Divetech.
(Fonte: Reuters / JB Online)

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