terça-feira, 10 de abril de 2007

Risco de malária e dengue aumentará com aquecimento global

Um dos prognósticos contidos no relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), cuja segunda parte foi divulgada na sexta-feira (6), é que a Terra poderá ficar até 4 graus mais quente até 2050. Esse aumento de temperatura poderá trazer problemas para a saúde humana.

De acordo com o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Luiz Tauil, é provável que o aquecimento aumente a proliferação de insetos vetores, como os que causam malária e dengue.

De acordo com o pesquisador, as regiões que já têm as condições adequadas para o desenvolvimento dos mosquitos, como Norte e Nordeste, não sentirão tanto o aumento na quantidade de insetos. Por outro lado, regiões que praticamente não têm doenças transmitidas por vetores, como a Sul, vão sentir o aumento dos mosquitos.

Tauil explica que o mosquito da dengue já está bem adaptado ao cenário urbano e ao calor excessivo, o que torna mais difícil o seu controle. Já o mosquito que transmite a malária está restrito a uma área endêmica, ou seja, a floresta amazônica. No caso da dengue, ele afirma que a grande esperança para combater a doença é a descoberta de uma vacina.

Enquanto a vacina não vem, o pesquisador atribui a responsabilidade de combater a dengue às ações do governo e da população para eliminar os criadouros de mosquitos.

- Do governo, a necessidade de garantir abastecimento regular de água, coleta regular de lixo, limpeza de cemitérios, vigilância em borracharias, vigilância em depósitos de ferro velho, isso por parte do governo - diz ele.

- Por parte da população, é fundamental que não acumule recipientes em casa que favorecem a presença de água, isso é fundamental. Então, os quintais têm que ser bem limpos, não jogar recipientes em terrenos baldios, manter os seus vasos de flores com água trocada semanalmente e com isso ela diminui a possibilidade de desenvolvimento do mosquito - finaliza.

Já no caso da malária, doença restrita à região amazônica, Tauil recomenda que se evite o contato com o mosquito.

- Nessas áreas existem possibilidades, além das ações do governo de controle com a aplicação de inseticida, eliminação, redução de criadouros, existe a possibilidade do uso de repelente, ou dormir com mosquiteiro impregnado com inseticida e manter as suas casas teladas.

(Fonte: Agência Brasil / JB Online)

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