Por Fabiano Ávila, da Carbono Brasil
A União Internacional de Institutos de Pesquisa Florestal acredita que o foco do mecanismo em reduzir as emissões de gases do efeito estufa é prejudicial para os povos nativos e sugere a criação do Forest+
A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) parte do princípio que as florestas são essenciais para o equilíbrio do clima e por isso os países com grandes áreas intocadas de mata nativa devem ser incentivados a mantê-las assim. Dessa forma, o mecanismo permite acordos internacionais que recompensem ou ao menos compensem a não exploração dessas regiões.
Porém, logo surgiu a preocupação de que para arrecadar com o REDD, grandes latifundiários e corporações iriam expulsar índios e povos ribeirinhos de seus lares ou alterar o modo de vida dessas pessoas, para lucrar com os créditos de carbono.
Diante disso, foi preciso pensar além, e assim nasceu o REDD+, que leva em conta o tradicional estilo de vida das populações que vivem nas florestas. Essa nova iniciativa prevê uma gestão sustentável da floresta.
Agora, a União Internacional de Institutos de Pesquisa Florestal (IUFRO) alerta que apesar do REDD ter exemplos concretos de proteção florestal, mesmo sua versão REDD+ ainda é falha no que diz respeito às necessidades dos povos nativos.
“REDD+ foi um avanço, já que coloca a conservação das florestas como um objetivo e a administração sustentável das florestas como uma solução. Mas ainda continua a priorizar o valor do armazenamento de carbono acima das melhoras necessárias nas condições de vida das populações”, explicou Jeremy Rayner, presidente do painel da IUFRO.
A necessidade de expandir o REDD+ com novos conceitos foi apresentada pela IUFRO no estudo “Embracing complexity: Meeting the challenges of international forest governance” divulgado nesta segunda-feira (24) na abertura da nona edição do Fórum sobre Florestas das Nações Unidas (UNFF) como parte do lançamento do Ano Internacional das Florestas.
Produzido por 60 especialistas de diversos países e áreas de estudo, o relatório é considerado pela IUFRO como o mais completo trabalho científico sobre governança florestal já realizado.
Uma das soluções dadas pelo estudo é o estabelecimento do que foi chamado de “Forest +”, que tem como objetivo conservar as matas ao incentivar incrementos nas condições de vida das populações nativas.
“O Forest+ seria focado nas muitas maneiras que as pessoas utilizam as florestas. Assim, ele incentivaria melhores práticas sustentáveis ao mesmo tempo em que também encorajaria a compra de produtos que tenham o menor impacto no ecossistema”, explicou Benjamin Cashore, professor de governança ambiental e ciência política da Universidade de Yale e colaborador do estudo.
A IUFRO acredita que essa inversão da lógica, colocando as populações nativas acima do armazenamento de carbono, é o melhor caminho para a real preservação das florestas.
“O REDD foi mais eficiente do que qualquer outra estratégia de preservação no passado. Porém, povos indígenas acabam sofrendo com a criminalização do seu tradicional modo de vida e com a pressão de pessoas de fora querendo lucrar com os créditos de carbono. Melhor que ter uma iniciativa que olhe as coisas de cima para baixo, do global para o local, seria incentivar os bons exemplos regionais de preservação e multiplicá-los”, concluiu Constance McDermott, do Instituto de Mudanças Ambientais da Universidade de Oxford.
Segundo a IUFRO, o REDD+ está fadado ao fracasso se não revisar sua lógica de funcionamento.
A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) parte do princípio que as florestas são essenciais para o equilíbrio do clima e por isso os países com grandes áreas intocadas de mata nativa devem ser incentivados a mantê-las assim. Dessa forma, o mecanismo permite acordos internacionais que recompensem ou ao menos compensem a não exploração dessas regiões.
Porém, logo surgiu a preocupação de que para arrecadar com o REDD, grandes latifundiários e corporações iriam expulsar índios e povos ribeirinhos de seus lares ou alterar o modo de vida dessas pessoas, para lucrar com os créditos de carbono.
Diante disso, foi preciso pensar além, e assim nasceu o REDD+, que leva em conta o tradicional estilo de vida das populações que vivem nas florestas. Essa nova iniciativa prevê uma gestão sustentável da floresta.
Agora, a União Internacional de Institutos de Pesquisa Florestal (IUFRO) alerta que apesar do REDD ter exemplos concretos de proteção florestal, mesmo sua versão REDD+ ainda é falha no que diz respeito às necessidades dos povos nativos.
“REDD+ foi um avanço, já que coloca a conservação das florestas como um objetivo e a administração sustentável das florestas como uma solução. Mas ainda continua a priorizar o valor do armazenamento de carbono acima das melhoras necessárias nas condições de vida das populações”, explicou Jeremy Rayner, presidente do painel da IUFRO.
A necessidade de expandir o REDD+ com novos conceitos foi apresentada pela IUFRO no estudo “Embracing complexity: Meeting the challenges of international forest governance” divulgado nesta segunda-feira (24) na abertura da nona edição do Fórum sobre Florestas das Nações Unidas (UNFF) como parte do lançamento do Ano Internacional das Florestas.
Produzido por 60 especialistas de diversos países e áreas de estudo, o relatório é considerado pela IUFRO como o mais completo trabalho científico sobre governança florestal já realizado.
Uma das soluções dadas pelo estudo é o estabelecimento do que foi chamado de “Forest +”, que tem como objetivo conservar as matas ao incentivar incrementos nas condições de vida das populações nativas.
“O Forest+ seria focado nas muitas maneiras que as pessoas utilizam as florestas. Assim, ele incentivaria melhores práticas sustentáveis ao mesmo tempo em que também encorajaria a compra de produtos que tenham o menor impacto no ecossistema”, explicou Benjamin Cashore, professor de governança ambiental e ciência política da Universidade de Yale e colaborador do estudo.
A IUFRO acredita que essa inversão da lógica, colocando as populações nativas acima do armazenamento de carbono, é o melhor caminho para a real preservação das florestas.
“O REDD foi mais eficiente do que qualquer outra estratégia de preservação no passado. Porém, povos indígenas acabam sofrendo com a criminalização do seu tradicional modo de vida e com a pressão de pessoas de fora querendo lucrar com os créditos de carbono. Melhor que ter uma iniciativa que olhe as coisas de cima para baixo, do global para o local, seria incentivar os bons exemplos regionais de preservação e multiplicá-los”, concluiu Constance McDermott, do Instituto de Mudanças Ambientais da Universidade de Oxford.
Segundo a IUFRO, o REDD+ está fadado ao fracasso se não revisar sua lógica de funcionamento.
(Envolverde/Carbono Brasil)
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