Fundo verde prevê US$ 100 bilhões anuais para auxiliar países pobres
Fonte: Agência Estado
Foto: arquivo |
Para colocar um fim na onda de desmatamentos, países pobres receberão indenização, prevê acordo |
Os mais de 190 países que participam da 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-16) concordaram neste sábado com um pacote de iniciativas que inclui bilhões de dólares para um fundo para países pobres, embora não tenham conseguido adotar um acordo vinculante em meio a um impasse entre Estados Unidos, China, Japão e outros países.
O acordo pede que países ricos cortem suas emissões de gases de efeito estufa nos percentuais prometidos um ano atrás, embora esses cortes não sejam legalmente vinculantes. Países em desenvolvimento devem desenvolver projetos para cortar suas emissões num esforço mundial para limitar o aquecimento global em menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais. O acordo inclui planos para a formação de um fundo verde de US$ 100 bilhões por ano, que países ricos disponibilizarão até 2020 para ajudar os países pobres a financiar programas para o corte de emissão de gases e a lidarem com a seca e outros efeitos do aquecimento global.
Felipe Calderón, presidente do México, país anfitrião do evento, elogiou os delegados por abrirem a um novo caminho na luta contra as mudanças climáticas. "Hoje, com esta conferência, temos a oportunidade de começar a construir uma nova história na qual o crescimento econômico, a luta contra pobreza e a vida em harmonia com o meio ambiente está ao nosso alcance", disse ele.
Calderón lembrou que embora o acordo não tenha conseguido assegurar medidas que garantam profundos cortes de emissões, a confiança e o clima de otimismo entre os participantes da conferência de Cancún vai ajudar os países a chegarem a um acordo mais abrangente.
O impasse entre os Estados Unidos, China, Japão, Índia e outros países congelou as negociações sobre o tratado climático global e colocou em questão o futuro do Protocolo de Kyoto. Mas diplomatas disseram esperar que as discussões em Cancún possam abrir caminho para um tratado legalmente vinculante sob os qual governos se reúnam novamente durante a reunião sobre o clima no ano que vem, que vai acontecer em Durban, na África do Sul.
O Japão disse que não vai se comprometer com uma segunda fase do Protocolo de Kyoto a menos que os maiores emissores do mundo de gases de efeito estufa como China, Estados Unidos e Índia, concordem em cortar suas emissões tendo como base um acordo legalmente vinculante. A primeira fase do tratado será encerrada em 2012.
Os Estados Unidos, que assinaram mas nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto, argumentam que não vão concordar com cortes obrigatórios a menos que a China e outras economias em rápido crescimento também limitem suas emissões. Mas durante as negociações climáticas um ano atrás em Copenhague, Estados Unidos e China apresentaram compromissos voluntários para o corte de emissões de gases de efeito estufa. A China continua afirmando que, como um país em desenvolvimento, não tem recursos ou responsabilidade de cortar agressivamente suas emissões durante o período em que sua economia está crescendo.
Inicialmente, a Índia apresentou o mesmo argumento, embora o país tenha suavizado sua posição nesta semana, dizendo que vai considerar a hipótese de concordar com cortes obrigatórios no futuro.
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