quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reciclagem de CFC chegará a mais regiões

Por Bruno Meirelles, do PNUD 


O PNUD, em parceria com Ministério do Meio Ambiente e o setor de projetos do Protocolo de Montreal, está selecionando 120 empresas brasileiras de manutenção e venda de ar-condicionado e refrigerador para receberem uma máquina de reciclagem de gases prejudiciais à camada de ozônio, como o CFC (clorofluorcarbono). Os equipamentos são necessários para que a manutenção de produtos que ainda usam essas substâncias nocivas seja feita sem que o gás escape na atmosfera.

Esse tipo de serviço já é feito em cinco centros de regeneração, localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco. A distribuição das máquinas, mais simples e menores, visa oferecer essa alternativa para regiões não atendidas pelas centrais, explica Anderson Alves, assessor técnico do Protocolo de Montreal no PNUD.

“Os centros estão instalados em locais que concentram 40% dos gases nocivos do Brasil. Porém, não têm capilaridade para atender a demanda das outras regiões. Por esse motivo, vamos distribuir equipamentos menores, privilegiando municípios de estados que não contam com o serviço”, afirma.

Os compostos que podem ser tratados pelo equipamento são o CFC-12 (prejudicial à camada de ozônio e usado em refrigeradores domésticos e comerciais de pequeno porte), e os gases estufa HCFC-22 (usado em aparelhos de ar-condicionado) e HFC-134a (usado em refrigeradores domésticos).

Enquanto os centros de regeneração têm capacidade de reciclar cerca de 1 tonelada por dia, o potencial da unidade compacta é de 400 quilos por mês. Se o gás reciclado for o CFC, por exemplo, a quantidade equivale à que um carro emite de CO2 para percorrer 5 mil quilômetros.

“Esse equipamento permite a filtragem do fluido, separando o material nocivo e purificando o gás, que volta a ser limpo. Isso possibilita seu uso com segurança e o mesmo desempenho. Os gases reciclados continuam com potencial de destruição do ozônio ou de aquecimento global, mas terão um círculo de vida maior em uma estratégia de contenção, para evitar que sejam liberados na atmosfera”, diz Alves.

Até o momento, foram pré-selecionadas 50 empresas, que devem começar a receber o equipamento em um mês. Os demais serão destinados às 70 primeiras postulantes que cumprirem os seguintes requisitos: ser nacional, comprovar operação contínua por, pelo menos, dois anos na área de refrigeração; estar registrada no Cadastro Técnico Federal do Ibama; e não possuir pendências com a Receita Federal.

Além disso, as empresas devem encaminhar uma carta de apresentação, justificando o interesse em contar com o equipamento e relatando, quando houver, sua experiência no manuseio de gases refrigerantes. Funcionários das empresas selecionadas receberão treinamento para operar a máquina, além de aulas sobre o seu papel na preservação do meio ambiente.

(Envolverde/PNUD Brasil)

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