Bjorn Lomborg ficou conhecido como o "Hitler do Clima", antes de passar a defender a necessidade de lutar contra o aquecimento global/Foto: Matthew McDermott
Conhecido como "Hitler do Clima", o mais famoso cético do aquecimento global, o dinamarquês Bjorn Lomborg, anunciou ao jornal britânico The Guardian na terça-feira, 31 de agosto, que mudou de opinião, e agora lutará contra as mudanças climáticas. A notícia causou surpresa na comunidade científica, acostumada com o barulho causado pelo dinamarquês.
Lomborg lançará um livro em outubro no qual um grupo de economistas e ele destacam a necessidade de que os países desenvolvidos injetem US$ 100 bilhões por ano para que iniciativas como as energias renováveis tragam resultados.
Antes de "virar a casaca", o estatístico ficou mundialmente conhecido por meio da obra O Ambientalista Cético, além das entrevistas e palestras realizadas depois da publicação do livro. Lomborg sempre defendeu que o custo para combater o aquecimento era alto demais quando comparado com o benefício de ter um mundo "ligeiramente menos quente no futuro". A conta referente ao controle do superaquecimento do planeta não fechava, na concepção do matemático.
Segundo o discurso antigo de Lomborg, o ritmo do aquecimento e seus efeitos sobre as pessoas eram exagerados pelos cientistas "pró-clima" e pelo lobby dos que se beneficiariam com investimentos pesados em ações como limpar a matriz enérgica, por exemplo.
Mudança
Apesar da mudança brusca de bandeira, Lomborg negou no The Guardian que tenha feito uma reviravolta. Ele destacou que "sempre aceitou a existência do efeito humano no aquecimento global" e que o importante, agora, é ver onde se deve gastar dinheiro para combatê-lo.
O anúncio do dinamarquês foi feito um dia depois da divulgação da revisão do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, na sigla em inglês), feita por um grupo de 12 cientistas independentes a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com os cientistas do InterAcademy Council (IAC), o IPCC precisa passar por mudanças de gestão e na metodologia da coleta de informações. No último relatório produzido pelos climatologistas ligados ao painel, de 2007, constou que as geleiras do Himalaia desapareceriam até 2035, informação que a própria ONU admitiu ser imprecisa.
À época, Lomborg criticou severamente a projeção, ao argumentar que mesmo que o degelo ocorresse, o fenômeno seria benéfico, pois aumentaria a quantidade de água disponível no verão para China e Índia. Ao menos nesse ponto o ex-cético não mudou de opinião. Ele garantiu que pretende continuar criticando as contas do Himalaia, mas, sem desprezar as recomendações do IPCC.
Com informações da Folha de S.Paulo
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