terça-feira, 24 de agosto de 2010

Especialistas pedem mais agilidade ao IPCC


Especialistas em clima reivindicam que os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) devam ser mais ágeis para apontar as tendências do aquecimento global e corrigir os erros do polêmico relatório de 2007.

O relatório de revisão do IPCC deverá ser divulgado em 30 de agosto. No dia 10 de março, você viu aqui no EcoD que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, solicitou uma investigação independente após a confirmação de alguns dados equivocados, como o que projetava o derretimento das geleiras do Himalaia até 2035, além de números exagerados sobre o nível do mar na Holanda.

"É uma crise embaraçosa, mas tem sua utilidade", afirmou Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam de Pesquisa dos Impactos do Clima, que não participa da investigação. Ele e outros especialistas destacaram que o IPCC poderia ter um papel maior em impedir eventos naturais extremos, como as enchentes no Paquistão e as ondas de calor na Rússia.

"É preciso que haja mais avaliações em tempo real do clima", exemplificou Kevin Trenberth, chefe de análises climáticas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA. O climatologista também sugere mudanças no atual formato do relatório, classificado por ele como "atrapalhado".

"É uma espécie de bíblia escrita a cada sete anos. Seria melhor ter relatórios menores, mais atualizados. Isso não impediria que houvesse uma publicação principal em 5, 6 ou 7 anos", Hans Joachim Schellnhuber.

Demora

O grupo de revisão, integrado pelo físico brasileiro Carlos Henrique de Brito Cruz, apresentará as recomendações de melhorias no IPCC para o secretário-geral Ban Ki-moon em 30 de agosto. O próximo relatório está previsto para o biênio 2013-14.

Uma das preocupações dos especialistas é a demora do painel para corrigir os erros. O grupo levou meses para consertar as informações sobre o Himalaia, o que aumentou a percepção de que o IPCC era insensível às críticas.

Os especialistas também criticaram os métodos de trabalho do painel. Segundo eles, é preciso que haja maior rigor científico nos documentos que são levados em consideração. (EcoDesenvolvimento.org)

Nenhum comentário: