O WWF-Brasil reconhece a preocupação do governo brasileiro com a questão do clima, ao apresentar o Plano Nacional sobre Mudanças do Clima, porém não é o suficiente para lidar com os grandes desafios oferecidos pelo tema. A falta de uma meta geral de redução de emissões de gases de efeito estufa para o país, que seja mensurável, reportável e verificável, conforme os padrões da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, e a ausência de um período definido para que sejam atingidas são algumas das principais fragilidades do documento.
A falta de articulação entre diferentes setores de emissões como floresta, energia e adaptação e a ausência de relações adequadas entre as razões, os objetivos e as ações previstas no documento também são marcantes. Outro fator que preocupa o WWF-Brasil é que o Plano não aponta com clareza a totalidade das fontes dos recursos financeiros que serão utilizados para sua implementação. Deveria constar anualmente da Lei das Diretrizes Orçamentárias da União, por exemplo.Desmatamento
É importante realçar que é a primeira vez que o governo brasileiro estabelece metas para o desmatamento, porém é preciso que o governo federal e os governos estaduais assumam a responsabilidade por combater o desmatamento em todo o país e não só Amazônia, como aponta o Plano.
O Plano Nacional sobre Mudanças do Clima, por sua vez, propõe reduzir o desmatamento por etapas até 2017. Para alcançar a meta para o período atual, o desmatamento para 2009 terá que ser reduzido em 23%, objetivo ambicioso para um curto período de tempo.
Já a longo prazo, as metas se tornam pouco ousadas, pois segundo o Plano, em cada período de quatro anos após 2009 o desmatamento deve ser reduzido em 30% em relação ao período anterior. Isso significa que no período de 2014 a 2017 o país vai continuar desmatando uma área de 5,742 km2, o que equivale a todas as emissões do Canadá.Energia elétricaNo setor de energia, as metas apresentadas pelo Plano Nacional de Mudanças do Clima são tímidas e não há uma visão da composição da matriz elétrica desejada pelo governo. O documento não considera o enorme potencial existente de energias renováveis não-convencionais, como solar, eólica e biomassa. A diversificação é chave para o Brasil por questões de segurança energética.
A Agenda Elétrica Sustentável 2020, estudo do WWF-Brasil, mostra que é possível gerar 20% de nossa energia elétrica por meio de fontes renováveis não-convencionais, além de 38% de aumento da eficiência energética. O governo prevê em seu plano 10% até 2030.
Adaptação
A questão de adaptação é um importante tema para países em desenvolvimento como o Brasil, segundo aponta do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas. O Plano faz importantes menções a análises e mapeamento das vulnerabilidades do país, porém é preciso ter metas e ações mais específicas.
Fonte: WWF
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