quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Reservas de matas nativas são recuperadas em Santa Catarina

Uma parceria entre agricultores e uma empresa de celulose está recompondo as reservas de mata nativa em Santa Catarina. Mais de 200 mil mudas já foram plantadas. A nova alternativa de renda do agricultor vem de um projeto inovador, que alia reflorestamento comercial à recuperação de espécies nativas.

O Projeto Matas Legais é desenvolvido há três anos numa parceria entre a Apremavi, Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, e uma indústria de papel e celulose.

Técnicos visitam as propriedades e orientam os agricultores, que aprenderam a manejar corretamente o solo, e recebem dicas sobre educação ambiental.

“Através dessa parceria foi possível fazer um trabalho integrado com os fomentados que plantam eucalipto no sentido de dar um apoio e um subsídio para que eles tenham condições de recuperar suas áreas com espécies nativas”, explicou Leandro Casanova, engenheiro florestal.

Cerca de 250 propriedades rurais catarinenses, com até 50 hectares de área, participam do programa. Cento e oitenta são do Alto Vale do Itajaí, região onde o projeto começou a ser implantado há três anos. Agora, ele já foi expandido para o planalto de Santa Catarina e também para o Paraná.

O projeto doou até agora cerca de 260 mil mudas de espécies nativas para agricultores recuperarem áreas de preservação permanente, principalmente em topos de morros, margens e rios.



Interesse

A cada ano, aumenta o número de agricultores interessados em participar do programa. Para a bióloga Mirella Floriani, os resultados serão sentidos no futuro com a melhoria da qualidade de vida dos agricultores. “O objetivo maior é que a gente tenha essa qualidade ambiental na propriedade. A gente vê que a parceria é fundamental. Sem essa parceria, não poderíamos desenvolver uma floresta sustentável”, concluiu.

A indústria de celulose financia a compra das mudas de eucalipto. E o agricultor fica com o compromisso de pagar o empréstimo com a entrega da madeira em seis ou sete anos.

O seu Valmor Catafesta trocou a profissão de caminhoneiro para seguir o ofício do pai e ser agricultor. Há quatro anos, ele e a família administram uma granja de porcos e cultivam a terra em Rio do Oeste.

Para diversificar a atividade, o seu Valmor apostou no plantio de eucalipto. São cinco hectares com nove mil mudas. Ele espera fazer o primeiro corte dentro de quatro anos. Além do eucalipto, o agricultor também plantou 2,2 mil mudas de árvores nativas da região, como a aroeira, ao longo do rio que passa pela propriedade.

“Antes, se tinha uma árvore, sabia derrubá-la. Agora, a gente já cuida mais para não derrubar as árvores. Derrubava para fazer lenha”, contou seu Valmor. (Fonte: G1)

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