quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Carvoarias transformam reserva biológica em pó no Maranhão

Apesar de ser uma área federal de preservação e protegida por lei, na reserva biológica do Gurupi, a palavra lei não quer dizer muito. No meio da mata, homens do Batalhão de Policiamento Ambiental protegem os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A operação é para fechar carvoarias clandestinas, que funcionam no interior do Maranhão.

Em uma carvoaria, os fiscais encontraram 81 fornos. Todos funcionam sem parar. "É lamentável e chama a atenção da gente. Amanhã, a gente vai precisar e não vai ter”, diz um senhor.

As carvoarias clandestinas funcionam a semana inteira durante as 24 horas do dia. Para abastecer todos esses fornos, os carvoeiros derrubaram milhares de árvores, sem nenhuma autorização dos órgãos ambientais. Em um monte, os funcionários do Ibama encontraram até madeira nobre. Elas já estavam serradas e iriam ser transformadas em carvão.

Todos os fornos foram destruídos. Em uma outra carvoaria, a fiscalização chegou tarde demais. Dentro dos fornos, há apenas restos de carvão. A madeira usada pelos carvoeiros vem da reserva biológica do Gurupi. Pela lei, apenas pesquisadores, com autorização do Governo Federal, podem entrar na reserva.. Mas não é assim que funciona.

"Todo este carvão produzido nas carvoarias é destinado ao abastecimento das siderúrgicas, porque o mercado interno, de padaria, panificadoras e churrascarias não absorve nada desse carvão”, explica o coordenador do Ibama Luís Furtado.

O presidente do Sindicato das Empresas Siderúrgicas, Cláudio Azevedo, nega a denúncia e diz que as indústrias não usam carvão clandestino. “Todo o carvão consumido pelas indústrias siderúrgicas do Maranhão é um carvão que tem origem, em autorização de desmatamento, em projeto de manejo florestal, como também carvão da casca do coco babaçu”, afirma. (Fonte: G1)

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