terça-feira, 27 de maio de 2008

La Niña pode influenciar colheita do milho safrinha


Por Clenio Araujo, da Embrapa

Boa parte da safrinha brasileira de milho deverá ser colhida no mês de junho. Este ano, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima
uma produção de 18,3 milhões de toneladas, quase 24% maior que as 14,8 milhões da safrinha passada. Os estados do Paraná e do Mato Grosso continuam sendo os principais produtores.

De acordo com o pesquisador da área de agrometeorologia da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Williams Ferreira, "a possibilidade de redução de chuvas no próximo mês, aliada à possibilidade de ocorrência de temperaturas acima da média normal no Paraná e em São Paulo, poderá
favorecer a colheita do milho safrinha". Ele lembra que as regiões onde houve boa distribuição de chuvas nos últimos meses poderão ter aumentada a produtividade.

Williams explica que a presença do La Niña é a principal responsável pela distribuição das chuvas no país. Diferentemente do El Niño, que tem suas conseqüências bem definidas, a influência do La Niña nas estações do ano é irregular. "O enfraquecimento deste fenômeno no último mês não foi acentuado; porém, há ainda 50% de probabilidade de ocorrência de condições neutras ainda em 2008", explica o pesquisador.

Seguindo este raciocínio, há probabilidde de ocorrência de chuvas abaixo da média histórica nos próximos meses em grande parte do Brasil. Em São
Paulo, no Leste de Mato Grossso do Sul e no Paraná (exceto no Oeste deste estado), provavelmente as chuvas serão abaixo do normal. Em Goiás, elas deverão permanecer bem abaixo da média histórica do período.

No Mato Grosso, as chuvas vinham sendo regulares nos últimos meses; nos próximos três meses, no entanto, elas deverão diminuir e ficar abaixo da
média, sobretudo no Sudeste do estado, próximo à divisa com Goiás. Já em Minas as chuvas também deverão ser abaixo do normal, exceto no Nordeste
do estado, onde ocorrerão próximo ou pouco abaixo da média histórica.

Quanto à temperatura, a área compreendida por uma faixa que vai de Mongaguá-SP, entrando no continente até a altura de Londrina-PR e, desta cidade, indo até Lavras do Sul-RS deve ter índices maiores que a média
dos próximos meses. Ao contrário, nas demais regiões do país as temperaturas devem permanecer abaixo da média normal, sobretudo numa faixa que vai de Ipojuca-PE, passa por São Francisco do Maranhão-MA,
segue até Dianópolis-TO e termina em Mucuri, no extremo Sul baiano.


(Envolverde/Embrapa)

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