segunda-feira, 14 de abril de 2008

Simpósio reúne especialistas em mudanças climáticas e desertificação

O relatório do Painel Intergovernamental em Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) cita o semi-árido como uma das regiões brasileiras a serem mais afetadas pela alteração do clima global.

No cenário otimista, o aquecimento seria entre 1-3 ºC e a chuva ficaria entre 10-15% menor que no presente. No cenário climático pessimista, as temperaturas aumentariam de 2 ºC a 4 ºC e as chuvas de reduziriam entre 15-20% no Nordeste até o final do século XXI.

A extensão dessas mudanças e as ações de pesquisa e desenvolvimento necessárias para atenuar seus efeitos vão ser debatidas no “I Simpósio sobre Mudanças Climáticas e Desertificação no Semi-Árido brasileiro”, organizado pela Embrapa Semi-Árido, Embrapa Informática Agropecuária e CIRAD, com apoio do Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP, do Banco do Nordeste, FACEPE, Universidade do Vale do São Francisco, Instituto Regional do Semi-Árido e Ministério do Meio Ambiente.

O evento tem o objetivo de promover a interação de instituições e contribuir para o avanço da fronteira do conhecimento científico e tecnológico e o desenvolvimento de estratégias de mitigação e adaptação do Semi-Árido brasileiro aos fenômenos das mudanças climáticas e a desertificação.

Cerca de 200 especialistas do Brasil – a grande maioria – e do exterior estão inscritos para participar do evento. A palestra inicial do simpósio, A desertificação e as mudanças climáticas globais, será realizada pelo pesquisador Carlos Nobre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.

Desertificação

No Nordeste, uma área maior que o estado do Ceará já está atingida pela desertificação de forma grave ou muito grave. Acrescida a outra onde o fenômeno ocorre de forma ainda moderada, a região tem 600 mil km2 afetados pela degradação do ambiente - 1/3 de todo o território nordestino.

No Brasil, já são 1.482 municípios afetados por secas e susceptíveis à desertificação. Cerca de 771 destes estão dentre os 1.100 municípios com os mais baixos ìndice de Desenvolvimento Humano do país.

A deterioração do ambiente e o empobrecimento da população são dois dos aspectos mais graves da desertificação. Segundo o pesquisador Iedo Bezerra da Sá, da Embrapa Semi-Árido, a busca de contenção desse processo por meio do uso de diversas técnicas já disponíveis, deve ser considerada como parte estratégica de um amplo programa de convivência com o semi-árido.

Uma discussão importante que vai marcar o I Simpósio será sonre o Projeto OASIS. O seu coordenador, Mark Winslow, vai estar presente ao evento. O projeto fomenta discussões sobre desertificação no mundo é proposto para a realização de estudos visando o combate ao fenômeno em todo o mundo.

O desafio deste programa está na busca de conhecimentos sobre a mitigação dos efeitos da seca, e a luta contra a desertificação. O Simpósio será oportuno para que as instituições brasileiras envolvidas com o problema se integrem ao Projeto que é proposto pelo International Center for Agricultural Research in the Dry Áreas - ICARDA e International Crops Research Institute for the Semi-arid Tropics - ICRISAT).

(Envolverde/Embrapa)

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