terça-feira, 22 de abril de 2008

Março de 2008 foi o 2º mais quente, diz agência dos EUA

Emissões de CO2 dos EUA crescerão pelo menos 23% até 2025 em relação a 1990

Mês passado só perdeu de março de 2002 em 129 anos de medições; temperaturas altas na Ásia elevaram a média global, diz Noaa

O planeta Terra continua com febre. Apesar das nevascas do começo do ano na Europa e na China, o mês de março de 2008 foi o segundo mais quente já registrado no planeta, e o mais quente quando se considera só a temperatura em terra firme, informou ontem a Noaa (agência nacional de atmosfera e oceanos dos EUA).

A agência afirmou que temperaturas altas na maior parte da Ásia puxaram a temperatura terrestre para 4,9C, 3,9C acima da média do século 20. Em 129 anos de medições, só o mês de março de 2002 foi mais quente que o mês passado.

Embora a Ásia tenha tido neste ano sua maior cobertura de neve em janeiro, o calor em março (fim de inverno no hemisfério Norte) causou um derretimento rápido, e a cobertura de neve naquele mês teve uma mínima recorde.

As temperaturas sobre o oceano foram mais baixas, com março de 2008 sendo apenas o 13º mais quente da história. Houve um enfraquecimento do La Niña, o fenômeno que resfria as águas do oceano Pacífico e abaixa as temperaturas em todo o globo.

O calor ao longo das últimas décadas, com 11 dos 12 anos mais quentes desde o século 19 (quando começaram as medições com termômetros) registrados desde 1990, continua a trazer preocupações com o aquecimento global, causado pelas emissões de gás carbônico (CO2) pela queima de combustíveis fósseis.

E, no que depender do atual governo do país que mais emite gás carbônico, as temperaturas continuarão subindo.

Segundo afirmou também ontem a IEA (Agência Internacional de Energia), as emissões dos Estados Unidos devem crescer mais um quarto até 2025 em relação a 1990, ano adotado pelas Nações Unidas como referência para redução de emissões.

O ano de 2025 foi a data estipulada pelo presidente George W. Bush em anúncio na última quarta-feira para as emissões americanas pararem de crescer. Se Bush não tivesse rejeitado o Protocolo de Kyoto, a partir deste ano as emissões americanas precisariam declinar em relação a 1990.

"Com as políticas atuais, as emissões de gases-estufa dos EUA vão crescer 18% entre 2005 e 2025", disse o economista-chefe da IEA, Fathi Birol. "Se você comparar com os níveis de 1990, serão 38% a mais", afirmou.

Mesmo se todas as medidas anunciadas por Bush -como eficiência energética e biocombustíveis- forem implementadas, o crescimento total em relação a 1990 será de 23%.

O anúncio de Bush foi criticado pelos maiores países emissores do mundo, reunidos em Paris até ontem. Para eles, as medidas são tímidas.


Agências internacionais

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