quinta-feira, 10 de abril de 2008

Amazônia tem o maior potencial para atenuar mudança climática, diz estudo

A floresta amazônica é a região que, globalmente, representa o maior potencial para atenuar a mudança climática por meio da redução das emissões de dióxido de carbono, segundo estudo publicado em uma edição especial da revista britânica "Royal Society".

Entre 1990 e 2005, 26% do desmatamento mundial, equivalente a 3,7 milhões de hectares, foram registrados nos países que abrigam a Amazônia: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela.

Devido à forte densidade de carbono nas florestas, a cifra corresponde a cerca de 46% das emissões globais de CO2 resultantes do desaparecimento das florestas, segundo o estudo.

A idéia de fixar um preço para cada árvore correspondente ao carbono que armazena durante toda sua vida, evitando o corte das florestas, está ganhando adeptos nas conferências internacionais sobre o clima.

O conceito é que cada tonelada preservada seja compensada com créditos que possam ser vendidos no mercado global de carbono.

Os grandes países que abrigam vastas extensões de florestas como o Brasil e a Indonésia apóiam a criação desse tipo de mecanismo batizado de "redução de emissões procedentes do desmatamento ou degradação".

Trata-se, também, de uma das opções estudadas pelos países signatários do CNUCC (Acordo de Princípio da ONU sobre Mudanças Climáticas, na sigla em inglês), que trabalham atualmente num texto que substituirá o Protocolo de Kyoto.

O desmatamento no mundo é responsável por 20% das emissões de CO2, superando o conjunto das indústrias de transporte. Sua redução permitirá diminuir as emissões de gases de efeito estufa, consideradas responsáveis pela mudança climática.

Mercado de carbono

O estudo também aponta que o mercado de carbono pode gerar bilhões de dólares a cada ano que contribuiriam para evitar a devastação de florestas tropicais, como a própria Amazônia.

Uma redução de 10% do desmatamento no mundo geraria entre 2,2 e 13,5 bilhões de dólares anuais no mercado de carbono, segundo os autores do estudo.
(Fonte: Folha Online)

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