A Floresta Amazônica é o alvo de um programa que vai monitorar a atmosfera da região: o LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), que conta com a cooperação de diversas instituições internacionais. Manaus acaba de receber 30 toneladas de equipamentos de última geração para duas novas estações científicas que vão servir de base para estudar como a Amazônia interfere nas mudanças climáticas globais e quais são os processos biológicos, químicos e físicos responsáveis pela emissão de núcleos de condensação de nuvens que regulam seu ciclo hidrológico.
"Você só pode medir o impacto da emissão dos poluentes se conhecer as características naturais da atmosfera sem poluentes. Existem poucas pesquisas como essa em florestas naturais, daí a importância desse projeto na Amazônia", ressalta o físico Theotonio Pauliquevis, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e um dos coordenadores do projeto, ao lado do físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo (USP), e do químico da Universidade de Harvard, Scot Martin.
Entre os levantamentos da pesquisa estão a estrutura do perfil vertical da atmosfera por meio de laser, a propriedade das nuvens, o monitoramento remoto através de satélites e a concentração de partículas de aerossóis. A composição da atmosfera tem forte influência no clima do planeta, tanto do ponto de vista da concentração de gases quanto na presença de partículas de aerossóis.
"Vai ser um experimento intensivo de observação das propriedades atmosféricas de gases e partículas da Amazônia Central, com um conjunto de instrumentos nos dois sítios experimentais. Vamos observar as partículas de aerossol naturais na Amazônia, que ficam em suspensão na atmosfera e influenciam diretamente no clima", explica o cientista.
Emitidas nas queimadas e presentes na fumaça dos veículos automotores, as partículas de aerossol também são produzidas na natureza, embora em número bem menor. Elas atuam na absorção e espalhamento de radiação solar, na formação de nuvens, na reciclagem de nutrientes em ecossistemas e na composição química da precipitação. Sem essas partículas, nuvens não existiriam e os ecossistemas seriam diferentes.
"Com a poluição, as partículas de aerossóis aumentam de 20 a 100 vezes, o que reduz a quantidade de luz solar que chega no chão e prejudica na formação das nuvens", alerta Pauliquevis.
Quando o ar está saturado de partículas de aerossóis, as gotículas de vapor d'água não conseguem se unir e são formadas nuvens gigantescas que não precipitam.
"As nuvens têm papel chave na questão climática, pois refletem a radiação solar de volta ao espaço, diminuindo a temperatura", diz o físico, acrescentando que elas influenciam ainda a fotossíntese das plantas. "Quando em grande quantidade na atmosfera, os aerossóis bloqueiam a radiação solar totalmente, interrompendo também esse processo fotossintético."
As bases de monitoramento do projeto que envolve pelo menos 30 cientistas estão sendo instaladas na BR-174, que liga Manaus (AM) à Boa Vista (RR), e os resultados serão apresentados na Conferência Internacional do LBA, que será realizada no período de 24 a 29 de julho deste ano. (JB Online)
"Você só pode medir o impacto da emissão dos poluentes se conhecer as características naturais da atmosfera sem poluentes. Existem poucas pesquisas como essa em florestas naturais, daí a importância desse projeto na Amazônia", ressalta o físico Theotonio Pauliquevis, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e um dos coordenadores do projeto, ao lado do físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo (USP), e do químico da Universidade de Harvard, Scot Martin.
Entre os levantamentos da pesquisa estão a estrutura do perfil vertical da atmosfera por meio de laser, a propriedade das nuvens, o monitoramento remoto através de satélites e a concentração de partículas de aerossóis. A composição da atmosfera tem forte influência no clima do planeta, tanto do ponto de vista da concentração de gases quanto na presença de partículas de aerossóis.
"Vai ser um experimento intensivo de observação das propriedades atmosféricas de gases e partículas da Amazônia Central, com um conjunto de instrumentos nos dois sítios experimentais. Vamos observar as partículas de aerossol naturais na Amazônia, que ficam em suspensão na atmosfera e influenciam diretamente no clima", explica o cientista.
Emitidas nas queimadas e presentes na fumaça dos veículos automotores, as partículas de aerossol também são produzidas na natureza, embora em número bem menor. Elas atuam na absorção e espalhamento de radiação solar, na formação de nuvens, na reciclagem de nutrientes em ecossistemas e na composição química da precipitação. Sem essas partículas, nuvens não existiriam e os ecossistemas seriam diferentes.
"Com a poluição, as partículas de aerossóis aumentam de 20 a 100 vezes, o que reduz a quantidade de luz solar que chega no chão e prejudica na formação das nuvens", alerta Pauliquevis.
Quando o ar está saturado de partículas de aerossóis, as gotículas de vapor d'água não conseguem se unir e são formadas nuvens gigantescas que não precipitam.
"As nuvens têm papel chave na questão climática, pois refletem a radiação solar de volta ao espaço, diminuindo a temperatura", diz o físico, acrescentando que elas influenciam ainda a fotossíntese das plantas. "Quando em grande quantidade na atmosfera, os aerossóis bloqueiam a radiação solar totalmente, interrompendo também esse processo fotossintético."
As bases de monitoramento do projeto que envolve pelo menos 30 cientistas estão sendo instaladas na BR-174, que liga Manaus (AM) à Boa Vista (RR), e os resultados serão apresentados na Conferência Internacional do LBA, que será realizada no período de 24 a 29 de julho deste ano. (JB Online)
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