terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Petrobras aposta em biocombustíveis para enfrentar mudanças climáticas

Por Felipe Barra, da Agência Petrobras

A Petrobras tem como meta evitar a emissão de 21,3 milhões de toneladas de CO² no período 2007-2012, anunciou nesta quarta-feira (20/02) o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli de Azevedo, durante painel no “Brasília Legislators Forum”, que começou hoje e se encerra amanhã (21/02), na capital federal. A empresa quer alcançar níveis de excelência na redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), contribuindo para a sustentabilidade dos negócios e para a mitigação das mudanças climáticas.

O presidente da Petrobras acredita que o setor de transportes pode dar grande contribuição para a redução das emissões de CO², considerando-se que é o setor com maior crescimento no consumo de petróleo, comparativamente à agricultura, indústria e outros. De acordo com ele, um aumento no uso de fontes renováveis pode contribuir para reduzir em até 15% o consumo, naquele setor, de energia proveniente de combustíveis fósseis até 2030. No mundo, a participação do setor de transportes no consumo total de energia passou de 26,5% em 1972 para 30,3% em 2005. No Brasil, o percentual passou de 22,3% em 1970 para 31,4% em 2006. Projeções indicam que o setor de transportes será o maior consumidor mundial de petróleo no período 2005-2025.

Gabrielli considera que a substituição parcial dos combustíveis fósseis pelos chamados biocombustíveis é fundamental para a redução das emissões. Ele destacou o potencial do Brasil na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, lembrando que o país já atua na produção de álcool combustível desde os anos 70. Além disso, o País é um dos poucos com capacidade para aumentar significativamente a produção agrícola, pois dispõe de 90 milhões de hectares de terras viáveis para agricultura, que não abrangem cidades, reservas ambientais, áreas de cultivo de alimentos, pastos, áreas protegidas e a Floresta Amazônica. Entre 1972 e 2004, o uso do etanol em parte da frota brasileira de veículos evitou a emissão de 644 milhões de toneladas de CO².

Gabrielli destacou também a importância do biodiesel nos esforços pela redução das emissões de CO². O biodiesel é produzido a partir de oleaginosas como soja, mamona, palma e girassol, e pode ser misturado ao diesel de origem fóssil. De acordo com Gabrielli, os investimentos tecnológicos no biodiesel estão apenas começando, o que aponta para um futuro próximo em que o setor público e a iniciativa privada busquem meios de incrementar a tecnologia de produção.

Baseado em projeções para 2030, o presidente da Petrobras demonstrou que os biocombustíveis deverão aumentar sua participação no setor de transportes. Atualmente, legislações de vários países determinam a mistura dos biocombustíveis ao combustível fóssil. No Brasil, 2% de biodiesel é misturado ao diesel. O percentual irá aumentar para 5% em 2013.

(Envolverde/Agência Petrobras de Notícias)

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