quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Bali celebra aniversário de dez anos do Protocolo de Kyoto

A conferência do clima realizada em Bali celebrou na terça-feira (11), de forma não tão entusiasmada, o aniversário de dez anos do Protocolo de Kyoto, pacto selado com o objetivo de diminuir as emissões de gases do efeito estufa.

Muitos países, entre os quais o próprio Japão, encontram-se acima das metas fixadas por Kyoto para a missão de gases do efeito estufa, a maior parte dos quais é produzida na queima de combustíveis fósseis. Em Bali, cerca de 10 mil delegados de 190 países negociam formas de substituir Kyoto a partir de 2012.

"Feliz aniversário", afirmou o ministro japonês do Meio Ambiente, Ichiro Kamoshita, ao cortar um bolo de três camadas com cerca de 1,8 metro de altura e decorado com dez velas, modelos de turbinas eólicas, palmeiras e cabanas balinesas.

Os delegados presentes aplaudiram e cantaram "Parabéns pra Você", em inglês. O pacto, acertado no dia 11 de dezembro de 1997, na cidade japonesa de Kyoto, obriga 36 países industrializados a cortarem, até 2008-2012, suas emissões para um patamar 5 por cento abaixo do verificado em 1990.

"As metas do Protocolo de Kyoto mostram-se de difícil realização, e isso não apenas no caso do Japão, mas no de outros países também", afirmou Kamoshita.

"O tratado possui apenas dez anos de idade e nós trabalhamos duro para educar essa criança. Ainda assim, aos 10 anos de idade, as crianças podem ser bastante difíceis, e esse é o caso do Protocolo de Kyoto."

De toda forma, o ministro disse que o pacto era um "primeiro passo extremamente importante" a fim de tentar diminuir o uso de combustíveis fósseis e privilegiar as energias limpas, tais como a eólica e a solar, com vistas a evitar as consequencias catastróficas do aquecimento, entre as quais mais ondas de calor, enchentes e secas, a disseminação de doenças e a elevação do nível dos mares.

O novo primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, entregará os documentos de ratificação de Kyoto na quarta-feira (13), em Bali, a Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), isolando os EUA na condição de único país desenvolvido a não ter aderido ao pacto.

O presidente norte-americano, George W. Bush, quase matou o acordo em 2001 quando o rejeitou, afirmando que ele prejudicaria a economia dos EUA e havia errado ao excluir das metas compulsórias os países em desenvolvimento. O acordo entrou em vigor apenas em 2005. (Estadão Online)

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