sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Aumenta isolamento americano em conferência sobre o clima

Os Estados Unidos estão cada vez mais isolados na conferência de Bali sobre o clima, depois que a Austrália declarou "apoio total" às reduções em massa de emissão de gases causadores do efeito estufa.

O país que mais contribui para o aquecimento global manteve sua oposição a todos os acordos multilaterais que impliquem um controle de suas emissões.

"Nossa posição não mudou", declarou Harlan Watson, chefe da delegação americana nas discussões de Bali, cujo objetivo principal é elaborar as linhas gerais da política climática mundial para depois de 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto.

Watson disse que não considerava a proposta feita na quarta-feira por uma comissão do Senado americano no sentido de adotar medidas mais severas para limitar as emissões de gases causadores do efeito estufa.

A única ferramenta internacional para diminuir o aquecimento do planeta é o Protocolo de Kyoto, e os Estados Unidos foram o único país desenvolvido que não ratificou o texto. A Austrália, que mantinha a mesma postura, finalmente aderiu ao acordo na última segunda-feira.

As autoridades australianas anunciaram nesta quinta-feira (06) que apoiam as advertências dos especialistas internacionais sobre a evolução do clima (IPCC), com uma redução de 25% a 40% nas emissões de gases causadores do efeito estufa até 2020 para os países desenvolvidos.

"Nós apoiamos totalmente essas metas", disse à AFP um membro da delegação australiana em Bali.

Estes números se aproximam dos compromissos assumidos pela União Européia (UE), considerada uma "boa aluna" entre os países ricos. A UE se comprometeu a reduzir suas emissões em pelo menos 20% até 2020, e até em pelo menos 30% se os outros países industrializados se comprometerem.

Mas o novo primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, deu mais tarde a impressão de dar para trás.

"Alguns países indicaram que não aceitarão obrigatoriamente essas metas, e tampouco aceitam os objetivos vinculantes que os envolvem, disse Rudd em Brisbane. "Essa é também a posição do governo australiano", afirmou.

O secretário executivo da Convenção sobre o Clima da ONU, Yvo de Boer, constatou por sua vez a diferença entre as posições dos parlamentares americanos e seu governo.

"Evidentemente há diferenças significativas entre as posições adotadas por certo número de senadores e de membros do Congresso americano e as da Casa Branca", afirmou.

Uma ONG americana apresentou na quinta-feira um relatório que apontava para emissões impressionantes dos Estados americanos.

Segundo a National Environment Trust (NET), o estado do Texas (23,7 milhões de habitantes) contamina más que 116 países em vias de desenvolvimento com um total superior a 1.000 milhões de pessoas.

Wyoming, o Estado americano menos densamente povoado, com 510.000 habitantes, emite mais CO2 que 69 países em vias de desenvolvimentoo juntos, con um total de 357 milhões de indivíduos.

"Enquanto os objetivos das emissões, para todo o mundo está claro que os países industrializados deverã manter a atenção concentrada (nos esforços)", declarou de Boer.

"Todos os governos (que ratificaram o Protocolo de Kyoto) compreenderam que os países industrializados devem reduzir suas emissões entre 25% e 40% para 2020", insistiu. (Yahoo Brasil)

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