segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Al Gore e inuit canadense são favoritos ao Nobel da Paz 2007

O ex-vice-presidente americano Al Gore e a inuit canadense Sheila Watt-Cloutier, ambos militantes da luta contra o aquecimento global, estão entre os principais favoritos ao Prêmio Nobel da Paz, que será atribuído nesta sexta-feira (12) em Oslo.

Entre os 181 candidatos, o comitê Nobel pode ter escolhido este ano se concentrar na questão do aquecimento global, visto como uma grave ameaça a toda a humanidade.

"Tomamos uma decisão, e ela será anunciada na sexta-feira", declarou à AFP o secretário do comitê, Geir Lundestad, sem entrar em detalhes.

"Neste ano em que a questão climática está no centro de todas as atenções, o comitê Nobel pode escolher trazer sua contribuição para o processo de conscientização dando o prêmio a Al Gore e Sheila Watt-Cloutier", disse Stein Toennesson, diretor do Instituto de pesquisa para a paz de Oslo (Prio).

Ex-vice-presidente de Bill Clinton e candidato democrata à Casa Branca em 2000, Al Gore, 59 anos, ajudou a levar a público o tema do aquecimento global com "Uma verdade inconveniente", documentário de sucesso premiado com dois Oscars.

Menos famosa, Sheila Watt-Cloutier, 53 anos, é uma inuit da província canadense de Quebec que defende com eloqüência "o direito ao frio" para as populações do Ártico, uma região onde as temperaturas sobem duas vezes mais rápido que em outras partes do mundo.

A premiação dos dois viria a calhar a algumas semanas da conferência de Bali, durante a qual deverão ser estudados, entre os dias 3 e 14 de dezembro, os meios de reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa depois de 2012, destacou Toennsson.

Entretanto, os prognósticos são complicados porque a identidade dos candidatos é mantida em segredo durante 50 anos, a menos que um "padrinho" decida anunciar publicamente o nome de seu favorito.

Diretor do Instituto norueguês dos assuntos internacionais (Nupi) e ex-coordenador dos serviços de emergência da ONU, Jan Egeland também acredita que a luta contra o aquecimento global mereceria um Nobel da paz.

Além de Al Gore e Sheila Watt-Cloutier, o Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e seu presidente, o indiano Rajendra Pachauri, também poderiam ser premiados.

Depois de premiar a proteção do meio ambiente com a ecologista queniana Wangari Maathai (2004) e a luta contra a pobreza com o pioneiro bengalês do micro-crédito Muhammad Yunus e sua Grameen Bank (2006), os cinco guardiões do Nobel poderiam também, segundo os analistas, escolher voltar a uma definição mais rigorosa do conceito de paz.

Para Egeland, o ex-presidente finlandês e mediador Martti Ahtisaari "estaria no topo desta lista".

Sob a mediação deste diplomata de 70 anos, o governo indonésio e os ex-rebeldes separatistas do Movimento Aceh Livre (GAM) assinaram, em 15 de agosto de 2005, um acordo de paz, acabando com um conflito que deixou cerca de 15.000 mortos desde 1976.

Outros candidatos são defensores dos direitos humanos como a chechena Lidia Yusupova, a chinesa Rebiya Kadeer (dissidente uigura) e o monge budista vietnamita Thich Quang Do.

O Prêmio Nobel da Paz será atribuído sexta-feira às 11h locais (06H00 de Brasília). (Yahoo Brasil)

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