quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Países mais poluentes aceitam discutir metas de corte

O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel, afirmou na terça-feira (11) que 20 dos países mais poluentes do mundo aceitaram discutir a adoção de metas compulsórias para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

Gabriel disse, em uma entrevista concedida durante um encontro realizado em Berlim para debater as questões climáticas, que todos os envolvidos, entre os quais os Estados Unidos, haviam se mostrado dispostos a negociar as metas propostas pelo enviado especial da ONU - Organização das Nações Unidas para as mudanças climáticas.

"Acertamos de forma clara que a missão central de Bali será discutir essas medidas", afirmou o ministro, referindo-se às negociações sobre o clima marcadas para acontecerem em Bali (Indonésia), em dezembro.

O enviado da ONU para as questões climáticas, o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, disse no encontro de Berlim que os países desenvolvidos deveriam reduzir suas emissões em 30 por cento até 2020 e em 60 por cento até 2050 quando levados em conta os níveis de 1990.

Países em desenvolvimento como a Índia e a China, que não assumiram limites compulsórios de emissão no Protocolo de Kyoto, teriam uma meta diferente, a de obter 30 por cento a mais de eficiência no consumo de energia até 2020.

Essas propostas devem formar a base para o encontro de Bali, no qual os ministros de vários países esperam discutir um acordo capaz de substituir Kyoto, que deixa de vigorar em 2012.

O presidente dos EUA, George W. Bush, vinha rechaçando até agora se comprometer com a adoção de metas claramente estipuladas caso potências em ascensão como a China e a Índia não assumam encargos do mesmo tipo.

Antes da conferência de Bali, Bush convocou para os dias 27 e 28 de setembro, em Washington, um encontro entre os países mais poluentes. Nessa reunião, devem ser discutidos futuros cortes na emissão de gases do efeito estufa.

Gabriel repetiu que as negociações patrocinadas pelos EUA não deveriam servir como obstáculo ao encontro de Bali e que deveriam transcorrer "sob o guarda-chuva da ONU".

Os dois dias de negociação em Berlim, da qual participaram representantes do G8 (que reúne países industrializados), da China e da Índia, confirmaram que um novo acordo mundial sobre o clima precisa ser finalizado até o final de 2009, já que seriam necessários dois anos para ratificá-lo.

Apesar de Bush ter aceitado discutir a imposição de metas, os EUA e outros grandes poluidores discordam sobre a dimensão dos cortes na emissão de gases como o dióxido de carbono.

Estadão Online

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