quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Finlândia poderá comprar emissões de carbono no Brasil

O memorando de entendimento assinado na segunda-feira (10) entre o Brasil e a Finlândia pode elevar as chances de o país abocanhar parte dos cerca de 200 milhões de euros (US$ 276 milhões) que os finlandeses devem investir em projetos de desenvolvimento limpo nos países emergentes nos próximos anos.

Ainda um rascunho do que pode ser a cooperação brasileiro-finlandesa nessa área, o documento firmado pelo chanceler Celso Amorim e o ministro finlandês de Comércio Exterior e Desenvolvimento, Paavo Väyrynen, estabelece que os países troquem informações sobre os chamados mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL), previstos no Protocolo de Kyoto.

Pelas regras dos MDL, países desenvolvidos com metas de redução das emissões de gás carbônico podem investir em projetos que reduzam as emissões em qualquer outra parte do globo e contabilizarem as emissões não realizadas em sua cota.

O memorando assinado por Brasil e a Finlândia é uma aposta no futuro, mas de poucos resultados concretos hoje. Esse deve ser o padrão da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Escandinávia. Na Dinamarca, o presidente assina memorando de entendimento para pesquisa na área de biocombustível a partir de sobras da colheita. Já na Noruega, a visita é protocolar e não há acordo a ser assinado.

Mais ambiciosa, a visita à Suécia deve resultar num acordo conjunto para investimentos na produção de etanol em países em desenvolvimento.

No âmbito dos MDL, a Finlândia investe hoje em apenas um projeto de energia hidrelétrica em Honduras. Mas a conselheira de Política Ambiental do Ministério, Karoliina Anttonen, afirmou que o país busca alternativas também na Nicarágua e El Salvador.

Aqui estaria a oportunidade do Brasil, país que junto com China e Índia lidera em termos de quantidade de projetos em MDL. No fim de setembro, por exemplo, a Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&F) vai leiloar nada menos que 800 mil toneladas de crédito de carbono referentes a um projeto de produção de energia realizados a partir dos restos de um aterro em São Paulo.

A prefeitura paulistana, que coordena o projeto, espera receber cerca de R$ 30 milhões.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente finlandês, cerca de 37% dos projetos registrados no âmbito dos MDL se localizam hoje na América Latina.

Folha Online


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