quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Brasil emitirá 13 toneladas de gases a menos em 2008, prevê representante do governo

O Brasil deve emitir 13 milhões de toneladas a menos de gases considerados causadores do aquecimento global, como gás carbônico e gás metano, em 2008. A informação é de José Miguez, secretário executivo da Comissão Interministerial de Mudança Global no Clima, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

A previsão é que a redução ocorra com a implantação de 105 projetos aprovados pelo Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), órgão internacional composto por membros de países que avalia iniciativas para aumentar a eficiência na produção de energia diminuindo danos os danos ao meio ambiente.

Em entrevista à Agência Brasil, Miguez informou que outros 133 projetos já foram aprovados e devem ser implementados nos anos seguintes, quando a redução na emissão dos gases deve atingir 26 milhões de toneladas anuais.

Os dados colocam o Brasil em terceiro lugar entre os países com maiores reduções de emissões projetadas até 2012, responsável cerca de 10% do total estimado. O primeiro é China, que deverá ser responsável por 50%, e o segundo, a Índia, com 29% das reduções.

José Miguez participou hoje (19), no Rio de Janeiro, da Conferência Internacional Rio + 15, seminário promovido por uma empresa da área de projetos para redução de emissão de gases causadores do efeito estufa, para avaliar desafios e perspectivas no combate ao aquecimento global 15 anos depois da realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92 (ou Eco-92).

Durante o encontro, o secretário considerou positivos os avanços realizados no período, principalmente com a ampliação dos projetos de MDL.

“Todos os projetos de MDL são importantes, não só no Brasil como no mundo, porque eles estão criando capacidades. As pessoas estão pensando em reduzir emissão. Estão se desenvolvendo engenheiros, economistas, advogados, todos pensando em reduzir emissão, e os projetos são muito inovadores."

O representante do governo citou o projeto desenvolvido no país para reduzir a emissão de gás metano (que tem carbono na composição) presente nos resíduos resultantes da criação de suínos. Antes os resíduos eram despejados nos rios e hoje são processados por biodigestores produzidos no Brasil que reduzem em 80% a emissão de carbono.

O Protocolo de Kyoto é acordo internacional que entrou em vigor em 2005, assinado até agora por 175 países, que estabelece metas diferenciadas entre eles para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos países industrializados e garantir um modelo sustentável de desenvolvimento aos países que ainda estão em fase de industrialização.

O MDL é um mecanismo de compensação incluído no protocolo, a partir de uma proposta brasileira. Ele permite que empresas de países desenvolvidos financiem projetos para geração de energia limpa (sem liberação de carbono) em países em desenvolvimento, que não são obrigados a reduzir emissões. Com o investimento, elas compensam suas emissões para que seu país consiga atingir as metas assumidas no protocolo. (Agência Brasil)

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