sexta-feira, 27 de julho de 2007

EPA prevê poucos impactos econômicos para cortes de CO2 nos EUA

Uma proposta do Senado dos Estados Unidos para restringir e eventualmente reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) afetaria o crescimento econômico do país em não mais do que 1,6% até 2030, definiu a Agência de Proteção Ambiental (EPA) nesta semana.

Os opositores da análise realizada pelo orgão dizem que aprovar uma legislação como essa e adotar metas obrigatórias para corte de emissões seria um golpe muito grande para a economia dos EUA.

Em fevereiro, dois senadores solicitaram que a agência avaliasse um plano elaborado por eles para cortar 65% das emissões de CO2 do país até 2050, em relação aos níveis de 1990 (data estipulada para as metas do Protocolo de Kyoto). Como resultado, a EPA informou que o ‘Ato de Intendência do Clima e Inovação de 2007’ comprometeria até 1,6% (ou 419 bilhões de dólares) do Produto Interno Bruto americano em 2030. Para manter os cortes até 2050, o valor subiria para até 3,2% do PIB (ou 1,3 trilhão de dólares).

Em uma audiência, Joseph Lieberman, um dos propositores do plano, destacou que "nada é de graça", mas enfatizou que o impacto é "gerenciável e viável economicamente". Ele diz que o Senado inteiro poderia avaliar a legislação para mudanças climáticas pela primeira vez neste outono. A Comissão de Meio Ambiente do Senado deve classificar pelo menos cinco propostas para mitigar o aquecimento global.

A senadora Barbara Boxer, da Califórnia, líder do painel, espera que os membros revisem todas as propostas quando retornarem do recesso de verão, em setembro. Os Estados Unidos, juntamente com a China, são os maiores emissores mundiais de CO2 – principal gás causador do aquecimento global.

Lieberman também disse que a análise da EPA detectou que o plano manteria os níveis de CO2 abaixo das 500 partes por milhão até o final do século – uma quantidade que os cientistas internacionais consideram chave para prevenir impactos ainda piores do aquecimento global.

A agência ambiental ainda estimou que o preço do galão de gasolina nos EUA aumentaria em 26 centavos de dólar em 2030 e, em 68 centavos até 2050. O valor da eletricidade e do gás natural subiria levemente.

Regimes de comércio de emissões, vislumbrados em muitas das propostas legislativas no Congresso, criariam um mercado multimilionário de negociação de créditos de carbono. De acordo com as contas apresentadas, o mercado para comércio de créditos de carbono e compensação de emissões seria de 25 bilhões de dólares em 2030 e de 57 bilhões em 2050.

Para proteger os consumidores americanos das flutuações de preços nesses mercados, quatro senadores propuseram esta semana a formação de uma equipe com atuação semelhante a do Federal Reserve, que monitoraria as negociações e interviria em grandes oscilações de preços.

Carbono Brasil

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