quarta-feira, 4 de julho de 2007

Alemanha terá plano energético pelo clima

O Governo da Alemanha quer elaborar até o final do ano um plano energético que demonstre que o país está decidido a cumprir compromissos na luta contra a mudança climática.

"A mudança climática existe e é necessário frear o aumento das temperaturas. Os objetivos de redução de CO2 fixados pela União Européia são parte integral de nossa futura política energética", ressaltou neste terça-feira (03) a chanceler Angela Merkel, ao término da terceira conferência com representantes do setor energético.

Merkel ressaltou que a luta contra a mudança climática constitui o desafio mais importante do século XXI e, por isso, é fundamental elaborar estratégias de economia energética.

A reunião, com ministros e representantes de todos os ramos energéticos, além de associações de consumidores, serviu para aprofundar o debate mas não para tomar decisões.

Os representantes do Governo vão elaborar até setembro uma minuta do "pacto energético" que o Executivo quer ver aprovado antes de finais de ano, de forma.

"A idéia é ter pronto o pacto antes da cúpula do clima de Bali em dezembro, para demonstrar que a Alemanha está disposta a cumprir suas promessas", explicou o ministro do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, na entrevista coletiva conjunta com Merkel.

A chanceler lembrou que a UE se comprometeu, entre outras coisas, a reduzir as emissões de CO2 em 20% até 2020, e em 30% se outros países se juntarem à estratégia, o que para a cota alemã seria uma redução de 40%.

Angela Merkel ressaltou, no entanto, que a cota só será perseguida realmente se as negociações internacionais prosperarem. Na reunião desta terça foram debatidas diversas hipóteses: uma que toma como base o acordo de coalizão, contemplando o abandono da energia nuclear; uma com uma maior cota de renováveis do que a prevista no acordo; e uma com o prolongamento das centrais atômicas.

O futuro da energia nuclear é um dos principais pontos de discórdia entre os dois membros da coalizão, e embora o acordo de Governo mantenha o abandono nuclear decidido durante a gestão social-democrata e verde, os democratas-cristãos preferem prolongar os prazos de vida das usinas.

Na coletiva desta terça-feira Merkel investiu pesado para evitar que o conflito viesse à tona, inclusive com um toque de humor ao debate entre os ministros do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, e da Economia, Michael Glos.

Perguntados aos dois sobre como conseguiram resolver na terça sua longa disputa, Merkel tomou a palavra por eles e respondeu que, com ela por perto, não surgiam discussões. Glos e Gabriel serão, entretanto, os encarregados de elaborar o "pacto energético" até o final de ano.

Na entrevista coletiva desta terça todos se esforçaram em não dar muita importância a este aspecto. Como amostra disso, Merkel ressaltou que a eletricidade é só um terço do consumo energético, e dentro dessa cota, a nuclear é menos que 30%. "Mais de 70% provêm do trânsito e da calefação. É ali que existe um grande potencial criativo de economia e melhora de eficiência", ressaltou.

A chanceler ressaltou que até agora se deu muita atenção à responsabilidade da indústria e que por isso seu programa dará uma maior relevância ao potencial, por exemplo, do saneamento de edifícios, na hora de aumentar a eficiência energética.

Globo Online

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