quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ásia acusa mundo desenvolvido de ´imperialismo verde´

A China está se vendo sob crescente pressão, principalmente dos Estados Unidos, para tomar medidas mais duras para reduzir suas emissões de dióxido de carbono

Os países ricos são hipócritas ao criticar as emissões de gases do efeito estufa da China, ao mesmo tempo em que utilizam a mão-de-obra barata do país em indústrias poluidoras, disseram líderes políticos e empresariais da Ásia.

"Trata-se de imperialismo verde", acusou o vice-ministro da Fazenda ad Malásia, Mohamed Yakcop, durante uma discussão sobre aquecimento global no Fórum Econômico Mundial do Extremo Oriente, uma conferência de dois dias encerrada nesta segunda-feira, 25. A próxima reunião está marcada para Kuala Lumpur, em junho de 2008.

A China está se vendo sob crescente pressão, principalmente dos EUA, para tomar medidas mais duras para reduzir as emissões de dióxido de carbono. A China depende do carvão, que está entre os combustíveis mais poluentes, para gerar dois terços de sua energia elétrica.

As lideranças asiáticas também criticaram os Estados Unidos e a Austrália por não assinar o Protocolo de Kyoto, de 1997, que limita as emissões de gases do efeito estufa que podem ser feitas pelos países desenvolvidos.

A China assinou o tratado, mas é isenta de limites obrigatórios de emissão, porque o é considerada um país ainda em desenvolvimento.

Nor Mohamed disse que o aquecimento é um problema global. "As empresas que estão poluindo na China são propriedade de americanos, europeus, japoneses e outros. Eles se beneficiam do trabalho barato, dos recursos e, ao mesmo tempo, acusam a China de poluição", disse o político malaio.

Já o presidente da companhia americana CH2M HILL, Ralph Peterson, destacou o modo "desproporcional" como as economias asiáticas consomem energia, e a séria preocupação que esta atitude desperta.

O Estadão

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