A China chamou os países ocidentais de "injustos" por ter sido apontada como maior emissor de gases poluentes do mundo, "quando outras nações transferem muitas de suas fábricas para território chinês, de onde sai grande parte do que o mundo industrializado come, veste e usa".
"Por um lado, os países desenvolvidos incentivam a China a aumentar sua indústria. Por outro, criticam o crescimento. Não é justo", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Qin Gang. Ele reconheceu, porém, que o país se tornou "a fábrica do mundo".
Qin reagiu assim ao relatório divulgado esta semana pelo Escritório Ambiental Holandês (MNP). O texto diz que a China se tornou em 2006 o maior emissor mundial de dióxido de carbono (CO2), superando pela primeira vez os Estados Unidos.
Além disso, o porta-voz ressaltou que a Holanda "produz três vezes mais poluentes per capita que a China". Como em outras ocasiões, Qin apresentou o argumento das emissões per capita. Por este critério, a China ainda está muito atrás dos países desenvolvidos.
Além disso, ressaltou que o país está em desenvolvimento, e por isso não está obrigado a reduzir emissões de acordo com o Protocolo de Kyoto. No entanto, disse, a China quer reduzir as suas emissões "com uma atitude responsável e séria", como mostra seu atual Plano Qüinqüenal (2006-2010).
"Enquanto houver atividade humana, haverá emissões poluentes no planeta", afirmou o porta-voz, que destacou que a industrialização dos países em desenvolvimento como a China é "uma questão de sobrevivência". O porta-voz lembrou que a China tem adotado medidas para melhorar seu meio ambiente nos últimos anos, como o reflorestamento e projetos de economia de energia.
Além disso, citou a política de planejamento familiar estabelecida há 30 anos como uma forma de ajudar na conservação do meio ambiente. Segundo estimativas preliminares do MNP, as emissões de CO2 chinesas aumentaram 9% em relação a 2005. As dos EUA, que ainda liderando nas emissões per capita, subiram 1,4%.
JB online
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