terça-feira, 26 de junho de 2007

Al Gore afirma que o mundo já enfrenta conseqüências do aquecimento

Na Espanha, para participar de um seminário sobre mudanças climátias, o ex-vice presidente americano, Al Gore alertou que o mundo já vive o "período das conseqüências" do aquecimento global, que já estaria se manifestando no aumento da seca e da fome na África, que, por sua vez, produz uma emigração.

"As Ilhas Canárias podem dizer algo ao mundo sobre os refugiados climáticos", declarou ele, numa referência às embarcações de emigrantes africanos que costumam chegar à costa do arquipélago espanhol, no Oceano Atlântico, repletas de emigrantes.

Gore disse que os refugiados climáticos já são uma realidade e podem crescer por causa do aumento da temperatura nos oceanos, além do degelo no Ártico e na Antártida, com conseqüente inundação das áreas costeiras. O aumento de um metro no nível do mar, causado pelo aquecimento global, seria suficiente para gerar 100 milhões de refugiados. Se o aumento for de seis metros, o número chegaria a 450 milhões.

"Vamos nos preocupar só com o terrorismo?", perguntou Gore, lembrando todas as advertências que foram feitas, em vão, à Casa Branca sobre as conseqüências do aquecimento global. Para ele, as mudanças climáticas, causadas pelo aumento das emissões de dióxido de carbono na atmosfera, não são um problema político, mas sim uma questão "ética, moral e espiritual", que deve envolver toda uma geração para resolver a crise "mais perigosa da história da humanidade"

Apesar da gravidade da situação, que classificou como uma "colisão com o sistema ecológico em que vivemos", Gore disse que não é tarde para agir. "Temos tudo o que é necessário para resolver essa crise".

Depois de enumerar alguns efeitos conhecidos das mudanças climáticas, como o degelo, as secas e o aumento da intensidade dos furacões, o ex-vice presidente americano disse que é preciso usar a tecnologia para mudar a nossa forma de pensar. Um primeiro passo, segundo ele, seria desacreditar todas as campanhas de desinformação que estão sendo apoiadas pelas indústrias poluentes, para que assim possamos encarar a dura realidade científica do aquecimento global que já está em andamento

Gore, porém, fez questão de ressaltar que "não há conflito entre a economia e o meio ambiente". De acordo com ele, não existe uma fórmula para deter o aquecimento, mas há diversas ferramentas que podem transformar a crise em oportunidade.

O Globo online

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