quarta-feira, 9 de maio de 2007

Stephanes diz que Brasil detém melhor tecnologia mundial para produção de etanol

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse nesta terça-feira (08) que o álcool de cana-de-açúcar deverá ter lugar de destaque no mercado futuro de etanol, em função do aquecimento global e da necessidade de fontes limpas de energia.

Segundo o ministro, o segmento tem amplas condições de crescer. Ele lembrou que os Estados Unidos resolveram adotar o etanol em sua frota de veículos, que a Europa, com a França à frente, também estuda a alternativa e que o Japão pode ir na mesma direção. "É possível que se abra grande mercado", afirmou.

Em palestra para representantes de mais de 100 países, reunidos no Global Initiative on Commodities, Stephanes destacou que o Brasil detém a melhor tecnologia mundial de produção de álcool, além das condições favoráveis em termos de solo, sol e água. "Tem, portanto, todas as condições de evoluir, sem precisar agredir a natureza; sem desrespeitar o meio ambiente", disse o ministro.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que participou do encontro na qualidade de presidente do Conselho Superior do Agronegócio, da Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, considera "indispensável" o etanol ser tratado como commodity (mercadoria negociada nas bolsas de mercadoria), de modo que o comércio desse produto seja bem estruturado. Para isso, Rodrigues disse que é necessário outros países passarem a produzir etanol. E o Brasil está disposto a transferir tecnologia para os países amigos, acrescentou.

Para o ex-ministro, a agroenergia pode mudar a geoeconomia agrícola mundial, porque países que hoje são pobres poderão se transformar em grandes produtores de commodities energéticas. Rodrigues considera relevante que o Brasil lidere esse processo.

"Será, na verdade, uma mudança de paradigma para a civilização que utiliza o petróleo - um produto fóssil, finito, mal distribuído no planeta - que será trocado por um produto renovável, ambientalmente mais correto e democrático, que qualquer país pode ter", disse ele, "não obstante os países tropicais tenham vantagens comparativas, porque agroenergia é terra, sol, planta, água, tecnologia e gente; e tudo isso o Brasil tem de sobra".
(Stênio Ribeiro/ Agência Brasil)

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