PARIS - O combate ao aquecimento global e a preservação do meio ambiente ocupam a pauta do primeiro dia de trabalho efetivo do novo governo francês, que tomou posse na sexta-feira.
O presidente recém-empossado, Nicolas Sarkozy, e o ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alain Juppé, passam a segunda-feira em reuniões com ONGs, cientistas e especialistas em meio ambiente para discutir as estratégias que a França deverá adotar nessa questão.
Sarkozy já havia afirmado, em seu discurso de vitória nas eleições e também durante sua posse, que a luta contra o aquecimento global será uma das principais prioridades de seu governo.
As reuniões desta segunda-feira têm o objetivo de preparar uma grande conferência ambiental que será realizada na França em setembro ou outubro, onde serão anunciadas medidas para combater as mudanças climáticas.
O governo reitera que "não se trata de mais uma reunião, mas sim de iniciar negociações sobre a adoção de medidas concretas para os próximos cinco anos".
Importância
Para se ter uma idéia da importância que o governo francês está dando à questão, a conferência de setembro, que começa a ser preparada nesta segunda-feira, está sendo chamada de "Grenelle do meio ambiente" – uma referência aos acordos de Grenelle assinados durante as greves e conflitos de maio de 1968, que paralisaram a França.
O novo governo francês começa a discutir de forma ampla, com organizações ambientalistas e especialistas, estratégias para contribuir de forma mais ativa com a preservação do meio-ambiente.
Participam grandes ONGs internacionais, como Greenpeace e WWF, além de organizações francesas, como França Natureza, uma federação que reúne três mil associações ambientais do país.
Inúmeros especialistas em desenvolvimento sustentável e pesquisadores e até mesmo economistas se reúnem na tarde desta segunda-feira com Sarkozy e o ministro Juppé.
A França deverá anunciar nos próximos meses um plano governamental para o meio ambiente com inúmeras medidas, que incluem a política de transportes urbanos, utilização de energias renováveis e biocombustíveis e até mesmo os transgênicos.
Mas, por enquanto, o governo já anunciou que não deverá reformular seu programa energético nuclear, responsável por quase 80% da energia élétrica produzida na França.
Em seu editorial desta segunda, o jornal Le Figaro escreve que a França deverá lutar em três campos ambientais: limitar as emissões de gás carbônico para reduzir o efeito estufa, controlar os recursos naturais, como água, petróleo e urânio, e preservar a biodiversidade.
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