terça-feira, 10 de abril de 2007

Montanhistas testemunham impacto da mudança climática

Enquanto especialistas em clima anunciam que os efeitos do aquecimento global já podem ser sentidos no mundo, montanhistas trazem relatos em primeira mão sobre derretimento de gelo, desmoronamento de formações rochosas e lagos prestes a inundar regiões onde antes existiam geleiras.

Os alpinistas estão preocupados com a perda de rotas clássicas em montanhas, desde os Alpes na Europa aos Andes na América do Sul e o Himalaia, na Ásia.

Segundo Yvon Chouinard, fundador da Patagonia Inc., empresa de equipamentos para atividades ao ar livre, o gelo está desaparecendo na região de Diamond Couloir, no monte Quênia. A neve também já não existe nas partes baixas de Ben Nevis, a montanha mais alta do Reino Unido, disse.

Nesta sexta-feira, especialistas em clima reunidos em Bruxelas para preparar o novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) sobre o impacto do aquecimento global disseram que muitas geleiras se transformarão em lagos e haverá muitas avalanches devido ao derretimento de solo congelado.

Geleiras

O famoso monte Matterhorn, na Suíça, teve de ser fechado para os visitantes algumas vezes no verão devido a desmoronamentos, que foram atribuídos ao aquecimento global.

A geleira Great Aletsch, a maior da Europa, retrocedeu alguns quilômetros. O solo gelado dos Alpes suíços, que mantém as rochas "coladas", está se tornando instável.

No Parque Nacional dos Glaciares de Montana (EUA), geleiras estão desaparecendo, tal como vem ocorrendo com a neve no alto do monte Kilimanjaro, na África.

Na América do Sul, os grandes campos de gelo da Patagônia argentina e chilena estão diminuindo.

A geleira de onde Edmund Hillary e Tenzing Norgay fizeram sua primeira ascensão ao monte Everest, em 1953, retrocedeu tanto que os montanhistas agora caminham horas para alcançá-la.

Segundo o explorador japonês Tomatsu Nakamura, editor do "Japanese Alpine News", montanhistas estão vendo menos gelo e neve nas montanhas do leste do Himalaia, Tibete e Butão, que abrigam os picos mais altos e ainda não conquistados no mundo.

(Fonte: Folha Online com agências internacionais)

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