O aquecimento global vai prejudicar a cultura de povos caçadores do Ártico, derreter o gelo polar e talvez liberar o lixo tóxico que hoje está depositado no permafrost, a camada de terra congelada, mostra um estudo da ONU, divulgado nesta quarta-feira (11).
O trabalho, que apresenta detalhes regionais de um estudo global divulgado no dia 6 de abril em Bruxelas, também afirmou que os estoques de peixe do Ártico e as florestas podem ser afetados pelo aquecimento que acontece na região ártica, a um ritmo que é quase o dobro da média global.
"Prevêem-se mudanças drásticas nas vidas e no sustento das comunidades do Ártico, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para reduzir os gases-estufa", disse o Programa Ambiental da ONU, num comunicado.
A elevação da temperatura também ameaça animais como ursos polares e focas, que vivem no gelo.
Entre os problemas em terra, o derretimento do permafrost "deve ter implicações significativas para a infra-estrutura, incluindo casas, edifícios, estradas, ferrovias, gasodutos e oleodutos", afirmou o documento.
"A natureza impenetrável do permafrost vem sendo usada como elemento de segurança em aterros sanitários e em instalações de empresas contaminantes", disse o texto.
O derretimento do permafrost poderia causar "grave contaminação" e "grandes custos de limpeza, mesmo para vazamentos relativamente pequenos", afirmou o estudo. A ex-União Soviética despejou lixo na região. Segundo o relatório, a área de permafrost no hemisfério norte deve diminuir entre 20% e 35%, até 2050.
"Os custos de realocar cidades e vilarejos podem ser altos. Já se estimou que a realocação de uma cidade como Kivalina, no Alasca, custaria US$ 54 milhões."
As florestas do norte poderiam crescer mais rápido, mas ficariam sujeitas a incêndios e aos ataques de insetos prejudiciais, que normalmente são afastados pelo gelo.
O estudo mencionou alguns benefícios do aquecimento, para a navegação e para o acesso a depósitos de petróleo e gás. Algumas espécies de peixe, como o bacalhau e o arenque, podem ter vantagens, embora outras sejam prejudicadas.
(Reuters/ Estadão Online)
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