sexta-feira, 17 de setembro de 2010

UFMT promove seminário internacional sobre mudanças climáticas

O vice-reitor no exercício da reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Francisco Souto, participou hoje (16) de manhã da solenidade de abertura do seminário internacional “Mudanças climáticas: um diálogo necessário no contexto das (in)certezas”, no auditório do CCBS III. O evento reúne pesquisadores, professores, alunos dos cursos de graduação e pós-graduação em Geografia e sociedade. O objetivo é discutir a problemática sobre as mudanças climáticas em várias escalas.

“Esse é um tema palpitante no momento” afirmou Francisco Souto, destacando que serão três dias de trabalho profícuo de onde, certamente, deverão sair novas idéias, novos projetos e pesquisas. O vice-reitor parabenizou o Departamento de Geografia e os organizadores do seminário internacional. Segundo ele, essas iniciativas são fundamentais para que a universidade consiga prosseguir no processo de internacionalização.

Ao completar 40 anos de fundação, observou Francisco Souto, a UFMT caminha para chegar à maturidade e consolidação. E a pós-graduação é uma alavanca na busca pela excelência e com reflexos na melhoria dos cursos de graduação, completou.

A chefe do Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), Márcia Ajala Almeida, também destacou o papel e a necessidade de a universidade participar de discussões de temas preocupantes como esse. Já a professora doutora Cleusa Zamparoni, uma das organizadoras do evento, ressaltou os “olhares diferenciados” e o caráter multidisciplinar do debate por abranger opiniões divergentes, principalmente em escala mundial.

A conferência de abertura “Mudanças geológicas na bacia do Prata” foi proferida pelo professor Antônio Cendrero, catedrático de Geodinâmica Externa da Universidade da Catabria (Santander-Espanha). As mudanças climáticas estarão ocultando a importância das mudanças geomorfológicas globais? Com esse questionamento, o professor Antonio Cendrero iniciou a sua fala sobre o processo de mudanças importantes que ocorrem no planeta. Ele reconheceu que a idéia das mudanças globais tem sido largamente difundida e alvo de grandes preocupações. Mas, para ele, “as mudanças que afetam a superfície sólida da terra tem recebido atenção limitada”. Para expressar a magnitude das mudanças induzidas pelo homem na superfície terrestre foi introduzido inclusive o conceito de “pegadas geomorfológicas humanas”.

De acordo com os dados apresentados pelo professor espanhol, são criados artificialmente 45 mil km quadrados por ano - superfície equivalente ao tamanho da Holanda. Nesse ritmo, em um século pode chegar a uma área artificial do tamanho do Brasil e entrar em um novo período da história da terra - o antropoceno. O termo já é usado por alguns cientistas para definir a aceleração da transição em virtude do impacto da atividade humana ao planeta.

Ciclo de palestras - As atividades prosseguem hoje à noite, 19 horas, com as palestras “Poluição atmosférica e riscos naturais´´, com o professor Rodrigo Marques, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, e “Risco geológico na transição entre a depressão cuiabana e o planalto dos Guimarães”, com o professor Prudêncio Rodrigues de Castro Júnior, do Departamento de Geologia Geral da UFMT.

Amanhã (17), às 8h30, serão ministradas as palestras “A política estadual de mudanças climáticas”, com os representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Elisa França e Alcilene Bertoldo Farias, e “A dimensão política das mudanças climáticas”, com a professora Irenilda Ângela dos Santos, do Programa de Pós-graduação em Políticas Sociais da UFMT. À noite será abordado o tema “Mudanças climáticas: influências indiretas em bacias hidrográficas” com os palestrantes Peter Zeuilhofer, do Departamento de Geografia, e Isabel Kirsten Fernandes e Joanatem F. Reis, do projeto Sinergia/CPP.

No sábado (18), às 8h30, serão proferidas as palestras “Mudanças climáticas: interações entre a biosfera e a atmosfera”, com a professora Luciana Sanches, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMT; “Monitoramento de mudanças climáticas com produtos dos sistemas de sensoriamento remoto multiespectral GOES 12 e METEOSAT-9 recebidos na estação terrena de Cuiabá/UFMT”, com o professor Marcelo de Carvalho Alves, do Departamento de Solos e Engenharia Rural da UFMT; e “Populações indígenas e as mudanças climáticas”, com Ivo Schroeder da OPAN/MT.

Fonte: Assessoria UFMT - site: odocumento

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