sábado, 11 de setembro de 2010

Encontro entre países debate futuro da Bacia do Rio Paraguai

Pesquisadores do Brasil, da Argentina, da Bolívia e do Paraguai estão reunidos em Assunção, capital do Paraguai, desde segunda-feira, 06, com o objetivo de buscar caminhos para identificar as áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas nos quatro países e elaborar medidas para minimizar os impactos destas alterações em pontos importantes como a Bacia do Rio Paraguai. O encontro, que vai até esta sexta-feira (10), é uma iniciativa do projeto Sinergia, que é financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e gerenciado pelo Centro de Pesquisas do Pantanal - CPP, com sede em Cuiabá.


Na segunda, 06, as palestras e mesas de debate abordaram entre outros temas, os reflexos do clima na saúde das pessoas.

A pesquisadora do Centro para o Desenvolvimento da Investigação Científica do Paraguai, Dra. Antonieta Rojas de Arias, phD em zoologia aplicada, apresentou um estudo realizado há dez anos em várias regiões do país, que indica uma tendência de aumento dos casos de malária e dengue, principalmente nos períodos de temperaturas mais altas e de maior precipitação pluviométrica. Segundo ela, é preciso intensificar as ações de combate aos mosquitos aedes aegypty, que tem encontrado ambientes favoráveis para se reproduzir, e já representam uma ameaça significativa para a saúde da população. “As áreas mais pobres são as mais atingidas e merecem atenção especial das autoridades”, alerta a pesquisadora.

O assunto também preocupa pesquisadores brasileiros. O pesquisador da Fundação Fiocruz, Ullisses Confalonieri, disse que não basta investir no combate ao mosquito transmissor da dengue e no tratamento de doenças endêmicas, é preciso também investir pesado em saneamento básico, que segundo ele é uma forma eficaz de prevenção.

Seguindo a tendência mundial de elevação das temperaturas, a região da Bacia do Rio Paraguai vai ficar mais quente nos próximos anos. É o que garante o pesquisador do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espacial, Gilvan Sampaio.

De acordo com o pesquisador, os estudos levam em conta diferentes cenários. “Se a emissão de gases de efeito estufa como o CO2 for alta, a previsão é de que a temperatura aumente em até 4 graus até o ano de 2.100. Se a emissão de gases for pequena, o que é pouco provável, o aumento da temperatura vai ser de no mínimo 2 graus”, calcula.

Para os leigos este aumento parece pouco, mas os pesquisadores dizem que vai exigir uma mudança em todas as áreas. “Na agricultura, por exemplo, vai ser necessário desenvolver e utilizar sementes mais resistentes a condições climáticas adversas. Também vai ser preciso mudar a matriz energética, com a busca de fontes alternativas que provoquem menos impactos”, pondera o pesquisador.

Fonte: Redação - TA

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