sábado, 12 de dezembro de 2009

A natureza do humano

Silvio Ricardo Carvalho, Ambientalista, licenciado em geografia e produtor rural. “Água é vida, adote uma nascente e conserve a sua!” - vascopreto@yahoo.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. 

O meio (inteiro) ambiente requer cuidados, estes indispensáveis a saúde, que vão além das conferências, tratados e fronteiras. Quanto a saúde, reintera-se a tudo que existe e reexiste sobre a nossa “casa”, a nossa terra... E ei que pergunto então qual terra? Quão vastos são os seus espaços e tantos sobre ela passam fome. Quem dirá aqui, o país das safras recordes, que não alimentam e nem enxem a barriga da ordem e do progresso... E ei que pergunto qual o progresso? Quão vastos são as arrecadações e os tributos para alimentar a corrupção!

O mundo é um só e a natureza mãe de todos e nós definitivamente não estamos sendo bons filhos. Filhos eslavos, turcos, brasileiros, africanos, asiáticos e americanos... Pois ao se tratar do ar e da água que preparam o solo para um equilíbrio que atenda as necessidades básicas de cada ser vivo sobre o planeta, todos somos iguais, no ar, na terra ou no mar. Então façamos conferências e mais conferências sem conferir a necessidade de todos: árvores e demais vegetais, anfíbios, répteis, insetos, aves, demais mamíferos etodos os mais. O mundo está de olho em Copenhague, Dinamarca. Os olhos humanos, pois os demais interessados e inquilinos mais antigos desta casa possuem uma cegueira que desumana aos nossos olhares! Isto que é ser humano? Não perguntem a tartaruga que vence a lebre!

O nosso lugar está em todos os lugares sem sair do mesmo... Mais ainda em tempos de globalização, o quirinopolino torna-se um cidadão do mundo, vasto mundo que de tão grande cabe dentro de nosso coração. E ei que pergunto então: temos coração? O mesmo “lixo” que contaminam as nossas artérias entopem as veias dos rios, oceanos, solos e até do espaço. O excesso de nosso consumo não se decompõe naturalmente na natureza. Mas sim a desconfigura, transforma e destroi. E então somente nos resta as lástimas cancerígenas que correm a nossa natureza na alma planetária.

Quem quer viver no inferno? Ninguém, todos almejamos o paraíso... Mas será que o construimos no dia a dia, nas nossas ações para com a vida, o paraíso que desejamos. O paraíso existe em nossa realidade, só que preferimos transformá-lo em inferno para alimentar o nosso ego. Ego este que vem de hilux completa, ou o que preferir, desde quem pague a conta seja o banco que cobra juros que a nossa “natureza” não suporta mais pagar. Consumo que gera consumo que se multiplica por mais consumo. A questão é que embaixo do carpete natural não existe mais espaço para escondermos nossas mazelas e ainda ficamos a desejar que o problema nunca chegue a nossa porta! Ledo engano, pois as portas que não se abrirem serão arrombadas pelas águas, terremoto, furacões e tsunamis. E ai será uma catástrofe anunciada pelos telejornais que insistem em dizer: a chuva em São Paulo matou mais 20 pessoas! A chuva, então o problema agora é do ciclo hidrológico que ficou louco e não dos problemas sociais gerados pela pobreza da inculturação humana. Grite por socorro, quem sabe a polícia não poderá te ajudar!

Precisamos que as conferências familiares resgatem os valores de nossa tão amada alma dilacerada pelos desastres naturalmente cometidos por nós mesmos... Não esperemos respostas prontas, com receita e tudo, dos nossos líderes mundiais reunidos sobre a espectativa do mundo inteiro em Copenhague. E sim façamos estas ações no nosso quotidiano, respeitando em nós a natureza de tudo a nossa volta, coletiva e individualmente, dia após dia, para que os nossos decendentes valorizem o nosso nome mais do que nossa herança e deste modo conquistem um valor verdadeiro que possa ser pago pelo planeta!

Fonte: O autor

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