quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Obama irá à COP para falar sobre 'intenção' de corte de CO2 em 17%




Presidente americano passará por Copenhague dia 9, a caminho de Oslo.
Ele deve fazer discurso sobre números que constam de projeto de lei.

As grandes decisões sobre compromissos e eventuais metas só serão tomadas no final da COP, entre os dias 17 e 18 de dezembro.

Segundo o jornal 'The New York Times', também citando um funcionário da Casa Branca, Obama fará um discurso aos delegados afirmando que seu país pretende reduzir as emissões de gases-estufa em 17% até 2020, na comparação com os níveis vigentes em 2005. A meta constava de projeto de lei aprovado pela Câmara dos Representantes no dia 26 de junho (por 219 votos contra 212). Em debate no Senado, uma emenda alterou a meta para 20%.

Ou seja, se o teor do discurso se confirmar, Obama estará sendo mais modesto que os senadores em seus objetivos de contenção dos gases-estufa.

Entre analistas, a avaliação é que a aprovação da legislação até o início da conferência é praticamente impossível. Obama vai falar, portanto, sobre intenções que ainda dependerão do aval dos parlamentares americanos.

Lei parada no Senado americano fixa a redução das emissões de gases-estufa dos EUA em 3% até 2012; 20% até 2020; 42% até 2030 e 83% até 2050

"Nosso objetivo lá... não é um acordo parcial ou uma declaração política, mas sim um acordo que cubra todas as questões presentes nas negociações e um que tenha efeito operacional imediato"

Líderes de mais de 60 países já tinham confirmado presença no encontro - no qual representantes de mais de 190 países pretendem chegar a um acordo para combater as mudanças climáticas a partir de 2012, quando vence o Protocolo de Kyoto -, mas o presidente americano era a grande incógnita. Na sexta-feira, o chefe das Nações Unidas para mudança climática, Yvo de Boer, havia afirmado que a presença de Obama "faria uma enorme diferença".

Na terça-feira da semana passada, Obama declarou, em visita à China, que as negociações para enfrentar o aquecimento global devem chegar a um novo acordo com “efeito operacional imediato”, ainda que o objetivo original de um pacto com efeito jurídico vinculante (ou seja, um tratado, com metas compulsórias) esteja ao que tudo indica fora do alcance.

"Nosso objetivo lá... não é um acordo parcial ou uma declaração política, mas sim um acordo que cubra todas as questões presentes nas negociações e um que tenha efeito operacional imediato", disse. O presidente americano não especificou, porém, o que seria um acordo com efeito operacional imediato. Sem uma lei aprovada em seu país, não há como os EUA se empenharem imediatamente em um programa de redução de emissões.

EUA e China respondem juntos por 40% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa, principalmente dióxido de carbono (CO2) emitido pela queima de combustíveis fósseis.

Histórico

A legislação sobre energia limpa dos Estados Unidos está em debate no Senado . Avalia-se que a Conferência do Clima não tem condição de decidir muita coisa se o Congresso dos EUA não tiver resolvido se aprova ou rejeita o projeto de lei.

Além de estabelecer limites para emissões de gases-estufa, o projeto de lei proposto pelos democratas no dia 31 de março cria um mercado nacional de créditos de carbono.

De autoria dos parlamentares Henry Waxman (Califórnia) e Edward Markey (Massachusetts), a Lei de Energia Limpa e Segurança da América, de 1.200 páginas, fixa um compromisso de redução de emissões de 17% até 2020, em relação aos níveis de 2005. Também fixa a redução das emissões de gases do efeito estufa pelas principais fontes dos EUA em 3% até 2012; 42% até 2030 e 83% até 2050.

Os compromissos delineados pelo Protocolo de Kyoto, ao qual os EUA nunca aderiram, referem-se aos níveis vigentes em 1990.

Já no Senado, a meta de corte subiu 3 pontos porcentuais, para 20%, por iniciativa da senadora democrata Barbara Boxer. A meta pedida por Obama no primeiro esboço do projeto era redução de pelo menos 25%.

Fonte: G1.

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