sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Fontes alternativas não conseguirão substituir combustíveis fósseis, diz secretário do MME

Por Anna Beatriz Thieme, da Agência Rio 
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, disse ontem (3) que ainda não existem no mundo fontes alternativas em quantidade suficiente para substituir os combustíveis fósseis. Segundo ele, as fontes alternativas têm, apenas, um papel complementar em termos mundiais.

Altino participou do Seminário de Internacional de Biocomustíveis e Energia Nuclear, que acontece no Rio de Janeiro até esta sexta-feira (4). De acordo com o secretário, o esforço para desenvolver combustíveis alternativos ao petróleo é uma questão de mercado e do preço do petróleo no cenário externo.

"O esforço para desenvolver outros tipos de combustíveis passa pelo preço do petróleo no mercado internacional, é a chamada lei da oferta e da procura. O que acontece, em termos práticos, é que as fontes alternativas que sejam competitivas como o petróleo serão desenvolvidas, como estão de fato sendo", disse o secretário.

Durante o evento, o embaixado francês para Negociações Climáticas e ex-ministro do Meio Ambiente, Brice Lalonde, disse que o Brasil deveria tomar cuidado com a euforia do pré-sal, que poderia significar um risco, fazendo com que o País se esquecesse da energia alternativa, questão na qual o Brasil ia muito bem, com o desenvolvimento do etanol ou o uso de hidrelétricas para geração de eletricidade.

Quando questionado sobre a posição do embaixador francês, Altino disse aos jornalistas que "o Brasil está ganhando muito com o etanol, que tem preço livre de mercado" e destacou ainda a energia eólica e a biomassa.  "O desenvolvimento das fonte alternativas se processarão desde que apresentem tecnologia, como algumas delas já apresentam, além de custos que possam ser competitivos", afirmou.

Ainda segundo Altino, o mundo continuará com o domínio dos combustíveis fósseis. "Cerca de 40% da fonte de energia elétrica do mundo vêm do carvão, que é abundante e tem um preço competitivo. O mundo não encontrou ainda saída para combustíveis líquidos derivados de petróleo, o Brasil fez o primeiro esforço, com o etanol", disse o secretário de Minas e Energia.

Durante sua apresentação no evento, Altino destacou que, dentro do setor energético, o Brasil é atualmente um baixo emissor de CO2 e que continuará neste horizonte até 2030. O secretário disse ainda não ter dúvidas de que o programa nuclear brasileiro deve ser estabelecido no país, com a usina de Angra 3, já em fase de licitação, e as unidades previstas para o Nordeste.

No entanto, de acordo com Altino, a grande prioridade do País para a geração de energia ainda é a hidroeletricidade. "Continuaremos desenvolvendo essa fonte de energia como assim fizemos nos útlimos 30 anos", afirmou.

(Envolverde)

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