terça-feira, 4 de novembro de 2008

Abu Dhabi vai investir US$ 3 bilhões em seqüestro de carbono

Por Redação Agência de Notícias Brasil Árabe

São Paulo – O emirado de Abu Dhabi vai investir US$ 3 bilhões em um sistema de captura e seqüestro de carbono, segundo informações do site de economia e negócios Arabianbusiness.com. O projeto, que prevê a injeção do gás carbônico em poços de petróleo, além de reduzir a poluição do ar, também vai permitir maior produção da commodity, de acordo com nota da Masdar, estatal de Abu Dhabi que está desenvolvendo o projeto com a Hydrogen Energy, joint-venture criada pelas petrolíferas BP e Rio Tinto.

"Quando estiver operando comercialmente, no primeiro trimestre de 2013, o seqüestro de carbono inicial será de aproximadamente dois milhões de toneladas por ano para uso nos campos petrolíferos de Abu Dhabi, ampliando a capacidade de extração", disse o gerente-geral da Hydrogen Energy, David Binnie. "Cada tonelada de gás carbônico injetada na terra pode levar à extração de 2,5 a 3 barris de petróleo", acrescentou o executivo.

Quando injetado nos poços, o gás carbônico ajuda a manter a pressão nas reservas, permitindo maior extração.
O projeto está atualmente na fase de engenharia, a cargo da empresa americana Foster Wheeler, acrescentou Binnie. Ele explicou que o plano inclui captura de gás carbônico em indústrias ao redor dos Emirados Árabes Unidos e transporte em gasodutos para armazenagem perto de campos petrolíferos. Depois, o gás será injetado nos poços para ampliar e regular a pressão e manter a capacidade de extração.

Durante sua vida útil, estimada em cerca de 25 anos, o processo deve resultar no seqüestro de cerca de 50 milhões de toneladas de gás carbônico. Os custos serão cobertos pela Masdar e Hydrogen Energy, mas o plano de investimento ainda está para ser finalizado. Será criada uma nova joint-venture entre as duas empresas para administrar a iniciativa.

De acordo com Binnie, há grande potencial de demanda por captura e seqüestro de carbono ao redor do mundo. Ele declarou que outros acordos estão sendo negociados, principalmente com empresas petrolíferas, e que podem ser finalizados no ano que vem.


Entretanto, segundo o vice-presidente para projetos químicos e petrolíferos da empresa de engenharia canadense SNC Lavalin, Gulshan Dua, as receitas provenientes de projetos do gênero não devem ser muito grandes. O executivo diz que o principal motivo para o desenvolvimento dessas iniciativas é preservação ambiental e eficiência produtiva.

*Tradução de Mark Ament

Fonte: Envolverde/Agência de Notícias Brasil Árabe

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