quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Países ricos pretendem manter ajuda climática, diz Banco Mundial

Apesar da atual tempestade nas finanças globais, os países ricos estão decididos a manter a ajuda climática às nações em desenvolvimento, disse uma dirigente do Banco Mundial na terça-feira (14).

Kathy Sierra, vice-presidente do banco para o desenvolvimento sustentável, disse a jornalistas num evento em Washington que os países ricos, que já prometeram um total de 6,1 bilhões de dólares para os recém-criados Fundos de Investimentos Climáticos do Banco Mundial, estão "muito resolutos".

"Eles vão continuar apoiando esse tipo de atividades porque vêem uma implicação tanto de longo quanto de curto prazo," disse.

No domingo (12), o presidente do Banco Mundial, Roberto Zoellick, dissera que "uma das lições da crise de hoje é que é preciso estar à frente das coisas, então não há dúvida de que a mudança climática é um problema hoje e será um problema amanhã."

Sierra disse que ainda não se sabe se a ajuda financeira continuará sendo despejada no setor privado, e que isso pode vir a ser um desafio.

Entretanto, segundo ela, uma conseqüência da atual crise financeira poderia ser um aumento da demanda pelo desenvolvimento sustentável, como forma de reduzir custos.

"Suspeito que haverá ainda mais demanda, porque muitas das soluções para a economia real vão surgir na busca por oportunidades para reduzir custos e ser mais eficiente. Então a eficiência energética, por exemplo, será ainda mais importante daqui para frente", disse ela.

O fundo de investimento climático servirá para ajudar os países em desenvolvimento a realizar projetos sustentáveis de grande escala, enquanto o mundo negocia um tratado contra as emissões de gases do efeito estufa que vigore depois de 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto.

Essas negociações ocorrem sob a égide da Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança Climática, que realiza uma reunião em dezembro em Poznan, na Polônia. A conclusão das discussões está prevista para Copenhague em 2009.

Sierra disse que o México deve ser um dos primeiros parceiros do fundo em programas ambientais, pois o país tem sido "um grande líder intelectual uma fortíssima estratégia climática".

O ministro mexicano do Meio Ambiente, Juan Rafael Elvira Quesada, disse no evento em Washington que, diante da atual crise, "existe um temor plausível de que o resgate das instituições financeiras sugue toda a atenção e os recursos necessários para a mitigação da mudança climática".

"Em outras palavras, afim de tratar do que é urgente, deixamos de tratar do que é importante."

Fonte: Estadão Online

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