sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O mundo sem nós

O que aconteceria com o mundo se de repente nós, humanos, desaparecêssemos?

No livro “O Mundo Sem Nós”, o autor Alan Wrisman nos dá uma idéia do que aconteceria, pois descrevecom detalhes o que aconteceria com as estruturas criadas pelo homem, e o caminho de volta do meio ambiente ao seus estado naturais, pré homem.

O que realmente representa nossa passagem por aqui, nesta bolinha azul?

Somos tão absortos nas coisas do dia dia, nas tecnologias, nos problemas da atualidade, que acabamos nos acostumando que sempre foi desta maneira, a despeito de algumas aulas de geografia e história nos ter ensinado que não é bem assim.

Muitos religiosos também não se permitem pensar que a terra já existiu sem nós, homens, pois com sua idéia estapafúrdias sobre criacionismo pregam que o mundo foi criado para o homem a apenas 6 mil anos.

A idade do homem moderno, cerca de 30 mil anos, se comparada com a idade da terra, que hoje é estimada em cerca de 4,57 bilhões de anos, se mostra de uma efemeridade absurda, vale ressaltar que os dinossauros andaram por aqui por mais de 160 milhões de anos, e ainda nos restam vários exemplares desta época ainda hoje.
Neste gráfico abaixo, e aqui, dá pra ter uma idéia do que aconteceria se desaparecêssemos de uma hora para outra.

Nossas grandes conquistas, invenções, em algumas centenas de anos estariam varridas da terra, porém a arte feita por nós em forma de bronze, resistiriam por alguns milhões de anos. Algumas outras construções mais resistentes deixariam vestígios por mais de 10 mil anos.

Por outro lado grande parte de nosso legado, que duraria muito mais tempo para desaparecer evocando a presença humana seria o lixo. Rejeitos como polímeros, que não tem tempo de vida estimado, PCB´s e dioxinas, ainda estarão aqui 10 milhões de anos depois que nos formos. O lixo nuclear, como por exemplo o Urânio 238 ficaria presente por mais 4,5 bilhões de anos.
Boas lembranças deixaríamos à terra, não?

Uma das primeiras grande mudanças que se notaria seria o silêncio. Sem operadores para carros, altos falantes, celulares, indústrias e maquinário pesado, a terra estaria no mais absoluto silêncio, restando apenas o som dos animais e do vento. Quem já foi a uma floresta intacta já pode perceber o quanto isso é bom. Admito que depois que quando passava cerca de 20 dias na mata, eu sentia falta de civilização, queria ver carros e interruptores, afinal sou animal urbano antes de tudo, mas acho que com tempo acostumaria com falta de civilização.

Após o silêncio, a próxima mudança que se notaria, seria a melhoria da qualidade do ar, já que sem energia, todas fontes fixas ou móveis de lançamento de gases tóxicos, parariam de funcionar em poucos dias, e com a diluição do que já foi lançado, em alguns meses o ar das zonas mais poluídas estariam praticamente limpos.

Em poucos dias não haveriam mais iluminação artificial e abastecimento de água. Represas transbordariam e grande parte dos sinais eletromagnéticos cessariam, mas nossas transmissões de rádio e tv ficariam para sempre se propagando no universo como a lembrança de que um dia nós existimos.

Com excessão talvez de alguns animais e insetos que vivem à nossa volta, tais como ratos, baratas, gatos e cachorros, o restante da fauna e da flora agradeceriam nosso sumiço, e voltariam a retomar o espaço que outrora nós tomamos deles.

Nós criamos coisas maravilhosas, como esculturas, pinturas, arquitetura, a cultura toda em si, nas suas diversas formas de expressão. Mas por outro lado a atual relação que temos com o meio ambienteé a de total dominação e usurpação, com total falta de consciência e respeito à terra que nos possibilita a vida.

É notório que precisamos rever nossa relação, valores e atitudes para com o meio do qual viemos, de forma a viver em harmonia com o restante da vida que compartilha esse mesmo planeta conosco.

Talvez estejamos com essa prática atual, caminhando para o descrito acima, em direção à nossa própria extinção. O que não seria o fim do mundo, mas apenas o fim de uma raça que se mostra mais mesquinha, gananciosa e destruidora do que harmoniosa e que não sabe conviver com o meio que a cerca, acaba indo em direção a autodestruição.

Fonte Ciência e Tecnolgia, Meio Ambiente

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