A prefeitura de São Paulo anunciou nessa quinta-feira (28) que fará o segundo leilão de créditos de carbono brasileiro, no próximo dia 25 de setembro, por intermédio da BM&F Bovespa. As 713 mil toneladas de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) que serão leiloadas foram geradas a partir da redução do gás metano produzido em dois aterros sanitários do município, que desenvolveram projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Do Aterro Sanitário de Bandeirantes foram reduzidas 454.343 toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), no período de 1º de janeiro de 2007 a 31 de março de 2008, enquanto que do Aterro de São João vieram os créditos restantes, referentes a redução de 258.657 toneladas de CO2e, entre 22 de maio de 2007 e 31 de março de 2008.
O leilão dos primeiros créditos de carbono oriundos do Projeto Bandeirantes, realizado há um ano, obteve resultados acima do esperado. O banco holandês Fortis Bank NVSA levou os 808.450 créditos de carbono, pagando 16,20 euros cada, 3,5 euros a mais do que o preço proposto pela prefeitura.
O dinheiro arrecadado na época, cerca de R$ 34 milhões, teria como destino melhorias na comunidade vizinha ao aterro, no Bairro de Perus, na Zona Oeste. Porém segundo informações do jornal Estado de S. Paulo, os moradores reclamam que o dinheiro não está sendo aplicado para atender a demanda local.
A Secretaria Municipal de Finanças diz que três praças foram construídas ou reformadas e há um conjunto de projetos sendo elaborado pela Subprefeitura de Perus e pelo Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave), como a construção de uma escola de madeira do Programa Pau a Pique, segundo informações do Estado de S. Paulo.
Participação no leilão
Empresas nacionais e internacionais poderão participar do leilão, de acordo com informações do edital, disponível em www.bmf.com.br/leilaocarbono.
O preço mínimo para o lance de compra das RCEs será divulgado pela BM&F Bovespa neste mesmo endereço a partir das 10 horas do dia útil anterior ao dia de realização do leilão.
Projetos MDL
O projeto de geração elétrica a partir de biogás realizado no Aterro Bandeirantes utiliza a energia vinda da queima de 80% dos gases produzidos pela decomposição dos resíduos para acionar uma usina termelétrica com capacidade de gerar 175 mil MWh/ano.
O projeto começou a receber as RCEs em 2006 e, em março deste ano, o Aterro Bandeirantes foi desativado. O local recebia metade do lixo produzido por São Paulo e funcionava desde 1979.
A usina de biogás de São João, localizada na Zona Leste da cidade, foi inaugurada pela prefeitura em janeiro, no 454o aniversário da cidade. Com uma capacidade de coletar 6 milhões de Nm³ de gás natural, o projeto tem capacidade de produzir 170 mil MWh por ano. Atualmente, o São João recebe 5,8 mil toneladas de resíduos por dia.
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