terça-feira, 2 de setembro de 2008

Gustav passa por Cuba sem deixar mortos e já se aproxima de costa dos EUA

O furacão Gustav, que deixou Cuba e agora se aproxima da costa norte-americana no golfo do México, deixou um rastro de destruição no país, principalmente nas províncias de Pinar del Rio e Isla de la Juventud (oeste). Entretanto, não foram registradas mortes até a tarde deste domingo (31), um dia depois que ventos de 230 km/h a 240 km/h começaram a afetar o país.

Em Nova Orleans e na região norte-americana do golfo do México, dezenas de milhares de pessoas deixaram suas casas neste domingo (31), para fugir do furacão, que deve chegar ao local na manhã de segunda-feira (1º). Apesar do temor, o fenômeno deve chegar mais fraco que o Katrina, de 2005.

O prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin determinou a retirada obrigatória da cidade, que tem praticamente 240 mil habitantes e disse aos moradores que "essa ainda é uma tempestade grande e feia, ainda forte". Ele afirmou que qualquer pessoa que se negue a sair estará em extremo perigo.

O fenômeno já havia causado a morte de ao menos 86 pessoas na República Dominicana, Haiti e Jamaica - esse número pode chegar a 96. "Circuitos de alta tensão foram derrubados, telhados caíram de casas em bairros inteiros, escolas foram destruídas e, em Palácios, até o estádio de baseball foi destruído", afirma o câmera da agência Reuters, Heriberto Rodriguez, sobre a situação em Cuba.

Destruição

Moradores eram vistos chorando entre os escombros de suas casas. Os 800 mil habitantes de Pinar del Rio e Isla de la Juventud ficaram sem energia durante todo o dia, assim como mais de 3 milhões de pessoas da província de Havana e da capital. Os ventos também derrubaram árvores e postes telefônicos.

A chuva e os ventos também destruíram plantações de banana e outros cultivos na província de Havana. Mortes por furacões são raras em Cuba, onde o processo de retirada da população é organizado e feito com antecedência.

Ao menos 300 mil pessoas foram retiradas da trajetória de Gustav. Segundo a presidente do Conselho Municipal de Defesa da Ilha de la Juventud, Ana Isa Delgado, quase todas as estradas da ilha foram inundadas e algumas regiões estão inatingíveis.

'Tem sido difícil aqui. É difícil imaginar, é uma situação muito complexa, muito difícil, porque os danos são numerosos', acrescentou Delgado, afirmando que algumas localidades da ilha estão incomunicáveis.

O primeiro aviso de ciclone deste domingo adverte que, em Cuba, 'continuarão as ressacas em toda a costa sul e as inundações litorâneas nas zonas baixas' desse mesmo litoral, de Cienfuegos (centro) até Havana (oeste).

Fuga

Em Nova Orleans, o prefeito Nagin determinou um toque de recolher e prometeu mandar para a prisão saqueadores que possivelmente queiram se aproveitar da situação.

Por enquanto, a retirada da população está acontecendo normalmente, apesar da lentidão do trânsito e do fechamento de algumas rodovias. Mais de 11,5 milhões de pessoas em cinco Estados podem sentir o impacto da tempestade.

A guarda costeira dos Estados Unidos registrou a primeira morte possivelmente relacionada ao fenômeno, na Flórida - um homem caiu no mar quando seu barco foi atingido por fortes ondas.

Prevenção

Gustav perdeu força, para uma ainda perigosa categoria três, ao passar por Cuba. A escala de Saffir-Simpson, que mede essa intensidade, pode chegar até cinco. Entretanto, o Centro Nacional Americano de Furacões (NHC, na sigla em inglês) trouxe algum alívio ao informar que a tempestade estava ficando, gradativamente, mais fraca.

Katrina era um furacão de categoria quatro quando chegou à cidade em 29 de agosto de 2005. Nova Orleans virou um cenário de caos e as pessoas afetadas esperaram por dias a chegada de apoio governamental.

Agora, os autoridades mobilizaram trens e centenas de ônibus para realizar a retirada de 30 mil pessoas que não conseguiriam sair sozinhas --o prefeito afirma que 15 mil pessoas foram retiradas do local, incluindo usuários de cadeiras de rodas.

Novo perigo

Depois da passagem de Gustav, os meteorologistas já alertam para uma nova tempestade tropical que pode chegar a Cuba.

A tempestade tropical Hanna deve chegar perto das ilhas de Turks e Caicos no final deste domingo e depois seguir caminho pelas Bahamas até chegar em Cuba, nos próximos dias. Esta tempestade tropical se desloca a 19 km/h e seus ventos máximos sustentados são de cerca de 95 km/h.

O Departamento de Estado dos EUA pediu aos norte-americanos que tomem cuidado com os riscos apresentados por Hanna e que evitem viajar à região nos próximos dias. O Departamento pediu também que cidadãos norte-americanos nas ilhas procurem abrigos seguros e que considerem deixar a região enquanto ainda há aviões disponíveis.
(Fonte: Folha Online)

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